CAU/BR

21CBA: Arquitetas e urbanistas fazem Roda de Conversa sobre equidade de gênero

 

Mulheres arquitetas e urbanistas representam 63% dos profissionais em atividade no Brasil. Essa participação tende a aumentar muito nos próximos anos: entre os profissionais com menos de 30 anos, elas já são mais de 70%. Com o objetivo de voz e visibilidade para as mulheres, o CAU/BR criou uma Comissão de Equidade de Gênero. “Recebemos essa recomendação da União Internacional dos Arquitetos (UIA), e vamos produzir uma tese para levar ao Congresso Mundial de Arquitetos (UIA2020RIO)”, afirmou a conselheira Nadia Somekh, coordenadora da comissão, durante a Roda de Conversa promovida pelo CAU/BR no 21º Congresso Brasileiro de Arquitetos, que acontece em Porto Alegre.

 

A Comissão de Equidade de Gênero começou quando o CAU/BR decidiu participar da plataforma Princípios de Empoderamento Feminino (WEP, na sigla em inglês), coordenada pelo Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) e a ONU Mulheres. Os sete princípios são: lideranças sensíveis à igualdade de gênero; tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho; garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens; promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres; apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento; promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à comunidade; e medir, documentar e publicar os progressos da organização.

 

“Somos maioria na profissão, mas minoria na representação. Isso acontece não só no CAU, mas também nas entidades de Arquitetura e Urbanismo. Essa é uma reflexão que nós estamos colocando, para nós mulheres participarmos mais e mudarmos esse quadro”, afirmou a presidente do CAU/SC, Daniela Sarmento. Nas últimas Eleições do CAU, ela participou de uma chapa que só tinha arquitetas e urbanistas. “Esse processo de construir equidade de representação acontece tb em outros conselhos, como a OAB, no CONFEA e no Confecon”.

 

COLETIVOS DE ARQUITETAS
Na Roda de Conversa que aconteceu na noite de sexta-feira, estavam presentes arquitetas e urbanistas e estudantes de diferentes estados. Elas discutiram abertamente sobre os entraves para o exercício profissional e a necessidade de se unirem contra a discriminação de gênero. “É importante lembrar que há duas semanas, pela primeira vez, uma mulher, Rosa Kliass, recebeu o Colar de Ouro do IAB”, destacou a conselheira Nadia Somekh.

 

Entre as participantes estavam diversos coletivos que lutam por uma maior visibilidade das mulheres na profissão, como as Arquitetas Invisíveis, Arquitetas Negras e Arquitetas sem Fronteiras. “A gente percebe que tem um movimento, um fluxo nessa direção. É fundamental que a gente se empodere de forma coletiva e nos aproximemos dessas iniciativas para criar um fluxo de reconhecimento das mulheres com as mulheres, de sororidade mesmo”, afirmou Daniela.

 

Um dos principais pontos destacados no debate foi a importância de se levar essa união para a política profissional, principalmente nas Eleições do CAU 2020, quando serão escolhidos os conselheiros federais e estaduais com mandato até 2023. Segundo um um diagnóstico público realizado pelo CAU/BR em julho, 54% das arquitetas entrevistadas sofreram discriminação de gênero no último ano, e 79% acreditam que a indústria da construção ainda não aceita a autoridade das mulheres no ambiente de trabalho.

 

CICLOS DE DEBATES
Em setembro, a Comissão de Equidade de Gênero promoveu a estreia do Ciclo Nacional sobre a inclusão das Mulheres nas Cidades, com debates em vários estados. O primeiro evento aconteceu em Florianópolis, e segue nos próximos meses em Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Aracaju, Fortaleza, Rio Branco, São Paulo e Rio de Janeiro. “A ideia é acumular os debates e chegar no final com resultados para encaminhar ao nosso encontro no UIA2020RIO”, afirmou a presidente do CAU/SC.

 

No final, as arquitetas e urbanistas vão construir a Carta das Arquitetas Brasileiras para as Cidades, além de uma exposição de trabalhos e também artigos sobre o tema. Agora, o objetivo é ouvir as pessoas e entender as prioridades.

 

Além do CAU/BR, CAU/RJ E CAU/RS também instalaram suas comissões de equidade. Em vários outros CAU/UF foram montados grupos de trabalho para discutir o exercício profissional e o direito das mulheres à cidade. “Com isso, vamos construir elementos para nossa política interna mas também a construção de uma política pública”, disse Daniela.

Uma resposta

  1. Considero muito importante este movimento , é um orgulho vermos o movimento de equidade de gênero tomar corpo entre as arquitetas e os arquitetos.

Os comentários estão desabilitados.

NOTÍCIAS EM DESTAQUE

CAU/BR

NOTA DE ESCLARECIMENTO

CAU/BR

CAU/BR aponta protagonismo feminino na arquitetura e urbanismo durante 98º ENIC

CAU/BR

Comissões do CAU/BR debatem temas de interesse dos arquitetos e urbanistas

CAU/BR

CAU/BR celebra uma década dos primeiros empregados públicos efetivos

Pular para o conteúdo