Arquitetos e urbanistas debatem a cidade hoje e no pós-pandemia

A disseminação de lives e webinar nesse momento de isolamento social tem sido uma oportunidade para debates e novos conhecimentos profissionais na área de Arquitetura e Urbanismo.

No dia 4, o webinar Pandemia: o fracasso das cidades? E a live Pandemia nas Cidades, da Escala Regional à Escala da Casa reuniram arquitetos e urbanistas, estudantes, professores e outros interessados na discussão sobre as cidades e sua relação com o coronavírus e o pós-pandemia.

Não há ainda uma “receita” para o futuro das cidades, mas muitas ideias e a constatação de que o modelo atual está superado foram apontados nos dois eventos.

No debate Pandemia: o fracasso das cidades? promovido pelo Laboratório de Cidades, uma parceria entre o Arq.Futuro e o Instituto de Ensino Insper, os arquitetos e urbanistas Anthony Ling, Vinícius Andrade e Tomas Alvim constataram que as cidades não fracassaram, mas que precisam de mudanças urgentes, inclusive agora, no enfrentamento do coronavírus.

“Cidades podem parecer fracassar diante de uma epidemia como a que estamos vivendo, mas não há dúvida de que elas também serão as melhores para superá-la”, acredita Anthony Ling.

O papel dos arquitetos e urbanistas brasileiros no manejo e na produção da densidade das cidades também foi pautado no webinar, bem como a precariedade das moradias nas periferias das cidades brasileiras.

A atuação conjunta do Estado, do setor privado e da sociedade civil organizada foi apontada como uma necessidade no enfrentamento da pandemia. Esta questão também foi destacada na live Pandemia nas Cidades, da Escala Regional à Escala da Casa, realizada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), com as professoras de Arquitetura e Urbanismo da UFAL, Regina Dulce Lins, e Raquel Rolnik, da Universidade Federal São Paulo (USP), e mediação da professora adjunta Diana Helena Ramos (UFAL).

As arquitetas e urbanistas Regina Lins e Raquel Rolnik abordaram, entre várias questões, a importância da cooperação interfederativa e das políticas públicas “conversarem” com os territórios e com os segmentos organizados da sociedade que estão atuando na prevenção do coronavírus.

“A pandemia é um processo global, mas tem suas especificidades em cada território aonde se manifesta. Falo não só da pandemia, mas dela chegando nesse momento da história, nesse estágio de desenvolvimento do Urbanismo, nesse momento que já era de crise – política, ambiental, civilizatória, de paradigmas”, reconheceu Raquel Rolnik. Para ela, é nesse contexto de isolamento que temos que pensar a atualidade e o pós-pandemia.

A professora Regina Lins também apresentou um recorte sobre Alagoas, e lamentou que os setores públicos responsáveis pela produção de dados em escalas apropriadas para análises detalhadas sobre a inserção e espalhamento do Covid-19 no território em questão, não estão disponibilizando e nem dando publicidade a tais dados.

“O coronavírus, ao invadir todas as esferas da vida humana, trouxe também novas questões ou ainda não as trouxe, para as quais precisam ser construídas novos quadros de referência que não são, necessariamente, disciplinares”, reconheceu Regina Lins. “Não ter dados disponibilizados é não ter a possibilidade de avançar na produção do conhecimento”.

Na live, as arquitetas e urbanistas levantaram questões que não foram causadas pelo coronavírus, mas que, por estarem histórica e geograficamente no território brasileiro de forma perversa, fazem com que o impacto da pandemia tenha contornos distintos no Brasil, daqueles de outros países e cidades.

Ao final dos dois eventos os participantes puderam apresentar suas perguntas.

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Acesse outras resenhas de webinars e debates sobre CIDADE E HABITAÇÃO PÓS-PANDEMIA em: https://caubr.gov.br/lives-e-webinars-especial-o-futuro-das-cidades-e-habitacoes-pos-pandemia/