EQUIDADE DE GÊNERO

Arquitetura, Mulheres, Negócios: Confira último episódio do podcast Mais Arquitetura

 

Série de podcasts Mais Arquitetura se encerrou com um debate superimportante e urgente: Como as mulheres empreendedoras estão gerindo e crescendo seus negócios? Qual o papel das arquitetas e urbanistas no contexto brasileiro?

 

Esses temas marcaram o bate-papo entre a vice-presidente do CAU Brasil, Daniela Sarmento, a empresária e ativista Flávia Durante, que produz a feira Pop Plus, de moda plus size; e com a estudante de Arquitetura e Urbanismo Flávia Moldo, que pesquisa a presença feminina nos concursos públicos de projeto.

 

Segundo um estudo do Banco Mundial, se os países continuarem implementando políticas públicas na mesma velocidade, nós vamos levar 99 anos para atingir a equidade de gênero. “O que a gente pode fazer para antecipar esse tempo?”, questionou Daniela. “Vale lembrar que essa não é uma porta só das mulheres, os homens também precisam participar, porque isso faz parte da transformação da sociedade.”

 

OCUPAR OS ESPAÇOS
Para Flávia Durante, é preciso que as mulheres e outros grupos passem a ocupar os espaços. “Assim como na arquitetura, a mudança só se faz quando essas pessoas chegarem ali na na criação. Pessoas gordas, pessoas negras, pessoas trans, professoras criadoras, designers, stylers”, disse. “Não é só mostrar o produto, mas também criar um conceito e saber transmitir ali o que é a nossa vivência”.

 

A estudante Flávia Moldo falou de como começou seu interesse por estudar mulheres arquitetas. “A gente sabe que a maior parte dos arquitetos são mulheres. Então a gente pensou: calma, estamos aqui estudando há tanto tempo e só estudamos arquitetos homens, a gente não estuda arquitetas e somos a maioria no curso”, disse. “A gente precisa entender os nossos espaços, a gente precisa entender como isso acontece.”

 

Daniela ressaltou a maior parte das nossas cidades é construída a partir de uma perspectiva política de participação dos homens. “Muitas mulheres participam do planejamento, mas a decisão final muitas vezes é majoritariamente masculina”, afirmou. “Se a gente olhar o movimento social por moradias, a maior parte é liderada por mulheres. Mas por quê não se prioriza a cidade a partir das demandas das mulheres?”

 

 

BARREIRAS
Flávia Durante também contou um pouco das barreiras que enfrentou na sua empresa. “Mulher empreendedora às vezes não é levada a sério, tem menos possibilidades de financiamento. E ainda eu trabalho com empreendedorismo social, tenho um lado ativista muito forte contra a gordofobia”, disse.

 

“Mas quanto mais vou apanhando mais vou crescendo, igual massa de pão. Também recebo muito acolhimento de pessoas se sentindo representadas por esse trabalho”, contou. “Depois de 10 anos nesse trabalho, de ter ouvido todo tipo de coisa, criei um filtro, uma casca de focar só nas coisas boas”.

 

Daniela lembrou que essa dificuldade também existe no mercado de Arquitetura e Urbanismo. “A gente fez o diagnóstico de gênero do CAU e fica muito presente a dificuldade que algumas mulheres têm de continuar na Arquitetura em determinado momento da vida, a questão da maternidade, o próprio sentimento de empoderamento, submissão”. Para a vice-presidente do CAU Brasil, é fundamental criar uma rede de acolhimento e de entendimento.

 

“Quanto mais gente a gente tiver, mais forte vamos ser. Precisamos de mais pessoas para expandir esses assuntos, para que essa discriminação diminua mais e mais com o passar dos anos”, disse a estudante Flávia Moldo. “Para que as pessoas possam estar nesses locais e para que elas possam compartilhar com outras pessoas também, porque isso é possivel.”

 

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