Após uma longa trajetória em defesa da Arquitetura e Urbanismo, iniciada nos anos 1970, o arquiteto Luciano Guimarães encerra no próximo dia 31de dezembro mais um capítulo dessa caminhada, desta vez à frente da gestão 2018-2020 do CAU/BR. Em pronunciamento na cerimônia comemorativa do Dia do Arquiteto e Urbanista 2020, e posse dos conselheiros da gestão 2021-2023, ele apresentou um balanço do triênio.
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Luciano Guimarães lembrou que sua atuação em entidades da categoria teve início em 1977 no IAB e no CREA do Ceará, seu estado natal. Em 2011, como coordenador da Câmara Especializada de Arquitetura do CREA/CE, ele integrou o grupo que gerenciou o processo de transição para o novo Conselho e organizou as primeiras eleições para o CAU/BR e CAU dos Estados e do Distrito Federal.
Em 15 de dezembro de 2020, no encerramento da cerimônia de posse dos conselheiros federais da gestão 2021-2023, Luciano Guimarães fez um balanço de sua trajetória no CAU.
“Tive a honra de ser eleito presidente do CAU/CE na gestão fundadora, suplente de conselheiro federal na segunda e conselheiro federal titular na terceira. Como afirmei na época, não pensava em disputar a presidência do CAU/BR. Contudo, diante do quadro das eleições nacionais, colegas de várias tendências me convidaram para debater o assunto. Era uma honra participar da discussão e acabei impedido de me furtar a colaborar para o processo de continuidade da construção do Conselho”.
“Propusemos um trabalho participativo construído com todos, apoiando as diversas iniciativas das Comissões, do Conselho Diretor e do Plenário. E assim foi feito”.
O esforço constante em defesa da valorização da profissão e por seu reconhecimento pela sociedade foi um marco presente em todas as ações de sua gestão. “Ao concluir meu mandato, com muita emoção, deixo aqui reafirmada minha fé na profissão que orgulhosamente abracei”, afirmou Luciano Guimarães.
O arquiteto listou o que considerou os cinco principais marcos de sua gestão. O primeiro deles foi o incremento das ações em defesa da assistência técnica e gratuita em Habitação Social (ATHIS), para que se torne uma política de Estado, assegurando para as populações de baixa renda o direito à moradia digna e segura.
Para Luciano Guimarães, a ATHIS tornou-se ainda mais fundamental com a epidemia da covid-19. “Ela escancarou as grandes dificuldades sanitárias e de controle epidemiológico em nossas cidades. São precárias as condições de moradia da população mais carente. A deficiência da infraestrutura de serviços públicos nas periferias torna o quadro mais crítico”.
“O tema da III Conferência Nacional de Arquitetura e Urbanismo, “Arquitetura e Urbanismo, mais do que nunca um compromisso com a vida”, resume bem nossas preocupações e ações”, disse ele, ressaltando o protagonismo intenso dos CAU/UF nessas iniciativas.
“Um passo fundamental foi dado recentemente com a assinatura do acordo de cooperação com a Secretária Nacional de Habitação do Ministério de Desenvolvimento Regional, com o objetivo de apoiar os serviços de assistência técnica para a reforma de moradias de baixa renda por arquitetos e engenheiros. A implementação dessa tratativa está em processo”.
Outro marco ressaltado por Luciano Guimarães foi a ativa participação política com a presença do CAU/BR nas questões nacionais que afligem as cidades. Em seminários presenciais e online, as comissões discutiram diversos assuntos, democratizando a participação da categoria para encontrar soluções em benefício de todos.
Uma ação intensificada foi a presença do CAU/BR no Congresso Nacional em debates sobre a melhoria das cidades e do papel do arquiteto e urbanista como referência nesse contexto. “O Conselho também ofereceu os conhecimentos técnicos da profissão para colaborar com a formulação de políticas que dignifiquem o habitat brasileiro diminuindo, assim, a desigualdade social.
Ainda no campo político nacional, o CAU/BR apresentou propostas concretas tanto para o desenvolvimento quanto para a valorização dos arquitetos e urbanistas. Nas eleições para Presidência da República, Governadores e deputados de 2018 e para prefeitos e vereadores de 2020, o Conselho se posicionou publicamente para que os gestores e a sociedade tivessem em mãos sugestões que concretamente pudessem promover a humanização, sustentabilidade, segurança, mobilidade, saúde e inclusão em nossas cidades.
Em ambas as ocasiões, o CAU/BR divulgou Cartas-Aberta à Sociedade e aos Candidatos, elaboradas em conjunto com o IAB nacional, em 2018, e com todas as entidades nacionais de Arquitetura e Urbanismo que compõem o CEAU (IAB, FNA, ABEA, AsBEA, ABAP e FeNEA), este ano.
Segundo-vice presidente Jeferson Navolar, deputada Marcivânia Freitas, presidente Luciano Guimarães e arquiteto João Carlos Correia
A qualificação do ensino de Arquitetura e Urbanismo foi outro marco da gestão. As estratégias adotadas reforçaram a importância do ensino presencial, inclusive, com a efetivação do projeto piloto de acreditação de cursos, que visa ser uma referência para estudantes e a sociedade quanto aos padrões superiores exigidos nos processos avaliativos do MEC, mas sem substituí-los.
Luciano Guimarães apontou como quarto marco o investimento na formação profissional, com a realização de seminários técnicos com temas diversos visando desde o apoio ao empreendedorismo até a ampliação do mercado para os arquitetos e urbanistas brasileiros no exterior. Aliado a isso, reforçou a importância da ética e da disciplina profissional.
O presidente também apresentou quadro retratando a recuperação do mercado de 2017 até 2019.
Seminário realizado com o CONFEA sobre ATHIS
Com olhar dedicado a promover a igualdade entre arquitetos e arquitetas, Luciano Guimarães abraçou, juntamente com seus pares, a defesa da igualdade de gênero tanto nas instâncias do CAU quanto na atuação junto à sociedade. Em sua gestão foi criada uma comissão para tratar da temática, realizado o 1º. Diagnóstico de Gênero no setor e instituído o Dia da Mulher Arquiteta, 31 de julho, entre outras ações, reconhecendo e respeitando assim o protagonismo feminino na categoria e no país.
“Estou convicto de que uma cidade planejada para mulheres traz resultados positivos para todos”, afirmou Luciano, cujo trabalho à frente do CAU/BR se pautou na busca do cumprimento da missão estratégica do CAU: levar a Arquitetura e Urbanismo para todos.
Ao final, Luciano Guimarães lembrou que “o colega Miguel Pereira, um dos líderes da luta pela criação do CAU, ao tomar posse como conselheiro federal por São Paulo, em 2011, falou de nosso compromisso com o rigor técnico, a ética e a visão social”.
“Nesses princípios eu procurei me pautar na busca do cumprimento da missão estratégica do CAU: levar Arquitetura e Urbanismo para Todos”.
Nos próximos dias, o site do CAU/BR publicará o Relatório de Gestão 2018-2020 com o detalhamento das ações mencionadas e outras iniciativas.
