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CAU/BR vai lançar programa de educação urbanística nas escolas em 2020

 

A Comissão de Política Urbana e Ambiental do CAU/BR está preparando propostas de ações para divulgar a Arquitetura e Urbanismo nas escolas de ensino fundamental de todo o Brasil: o programa CAU Educa. “Temos a percepção que o trabalho do arquiteto e urbanistas é pouco conhecido. Pensamos que seria muito bom se as crianças pudessem entender a problemática urbana em suas comunidades, como já acontece com o trânsito e a reciclagem”, afirma a conselheira Josélia Alves, coordenadora da CPUA-CAU/BR.

 

O principal objetivo do programa CAU Educa é a criação de materiais paradidáticos para escolas de ensino fundamental. Com apoio de uma consultoria especializada, o Projeto Casacadabra, o CAU/BR promoveu uma pesquisa com 91 professores (sendo 72% deles de escolas públicas) e 40 coordenadores pedagógicos (60% de escolas públicas) de todo o Brasil, para descobrir as melhores maneiras de abordar o trabalho de arquitetos e urbanistas em sala de aula.

 

O Projeto Casacadabra também realizou estudos de caso de iniciativas semelhantes no Reino Unido e na Espanha; Estudo da Base Nacional Comum Curricular (BNCC); oficinas com crianças e conversas com professores e coordenadores de escolas públicas e privadas; e arquitetos e urbanistas que desenvolvem ações desse tipo em escolas. “Identificamos que existe demanda para essa ação. Os produtos precisam ser de fácil acesso e direcionados aos conteúdos que estão sendo aplicados em sala de aula”, disse a coordenadora da CPUA-CAU/BR. Segundo ela, é possível trabalhar com esse tema desde o primeiro ano do ensino fundamental.

 

 

A proposta, que será discutida no Plenário do CAU/BR em dezembro, é promover uma ação em conjunto com os CAU/UF em três frentes de trabalho, com soluções que possam ser aplicadas em salas de aula em todo o território nacional:

 

  • Planos de aula: roteiros de oficinas, experiências fora da sala de aula, jogos ou atividades manuais, como maquetes para montar. Esses materiais estariam disponíveis aos professores por meio de um site específico, com temas como habitação, conforto ambiental, saneamento, paisagem, patrimônio e mobilidade – além dos temas transversais gênero e cidadania. “Esses temas seriam trabalhados na escala do habitat (espaços privados) e na escala do território (espaços públicos), sempre destacando as questões da diversidade e da cidadania”, afirmou Josélia.

 

  • Capacitação de professores: materiais específicos para professores, orientando sobre como usar os planos de aula.

 

  • Arquitetos e Urbanistas nas Escolas: Seria feita uma chamada pública para arquitetos e urbanistas que tenham interesse em desenvolver projetos e ações relacionados a arquitetura e urbanismo com os estudantes de Escolas de Ensino Fundamental. Todo esse material, mais os relatos das experiências promovidas no Brasil e em outros países, estaria concentrado em um portal na internet, estabelecendo uma rede de conteúdos sobre urbanismo no Ensino Fundamental.

 

Conselheiros da Comissão de Política Urbana e Ambiental: Nikson Dias (RR), Wilson de Andrade (MT), Lana Jubé (GO), Josélia Alves (AC, coordenadora) e Patrícia Luz (RN, coordenadora-adjunta)

 

“Cada CAU/UF pode incorporar esses materiais em suas ações locais, talvez por meio de convênios com as Secretarias de Educação dos estados e municípios. Essa é uma política de longo prazo”, disse a conselheira Lana Jubé, 1ª vice-presidente do CAU/BR.

 

“Temos que permear os CAU/UF com esse conceito, o importante é disseminar a ideia do CAU Educa”, afirmou o 2º vice-presidente do CAU/BR, Wilson Andrade. “Se ensinarmos as crianças hoje, vamos colher os frutos amanhã”, explicou Josélia.

7 respostas

  1. Olá.Ótima iniciativa!
    Vocês já devem conhecer o projeto Casacadabra, das arquitetas Bianca Antunes e Simone Sayegh. Se não, fica a diga. Elas vêm trabalhando com esse tema e têm dois livros publicados, que são ótimos: Casacadabra- invenções para morar; e Casacadabra 2- cidades para brincar.
    Já existem projetos em algumas escolas pelo Brasil desenvolvidos com base nos livros. É bem parecido com a proposta do CAU Educa.

  2. Parabenizo o CAU por mais esta excelente iniciativa.Realmente é uma profissão pouco conhecida, principalmente no ensino fundamental. Falo isto porque decidi que seria arquiteto no quinto ano primário,no sistema de ensino que antecedia o ginásio. Nessa época na minha cidade não tinha nenhum arquiteto. Hoje também por iniciativa do CAU é obrigatório que pelo menos nas Prefeituras tenha este profissional.

  3. A arquitetura sempre pautou pela forma e função, isto desde os tempos imemoriais. A habilidade em conjugar estes fatores, distingue a boa arquitetura. Hoje no entanto, com os novos desafios impostos à nossa civilização, através dos desequilíbrios climáticos, do aquecimento global, da intensa poluição e toda ordem de mazelas que nos assolam, encerra-se este ciclo milenar e com ele a arquitetura “romântica”, preocupada apenas com a estética e a organização espacial. Impõe-se agora um novo comportamento responsável com a nossa sobrevivência nesta nossa casa universal, qual seja a sustentabilidade com a utilização racional dos recursos naturais que tornaram-se escassos e finitos. Com isto consolida-se este 3º fator a sustentabilidade. No entanto, coloco mais um elemento nesta equação, a CRIATIVIDADE, devendo os arquitetos, no meu entender, perseguirem necessidades latentes que habitam nosso inconsciente coletivo, sintetizando, devemos prospectar tendências, descortinando novas e promissoras paisagens, que encontram-se além do nosso horizonte. Devemos ousar, trilhando os caminhos deste novo mundo, factível e realizável, mas sobretudo solidário e responsável em suas propostas e valores.

  4. Gostaria de participar e mostrar nossa pequena experiência com este assunto, o que devo fazer?Temos um projeto, bicicleta compartilhada, bicicleta de bambu com o Colégio Pedro II. Os alunos da Fau Ufrj apresentam questões relacionadas ao compartilhar, a mobilidade, o bambu, a indústria 4.0 e a fabricação da própria bicicleta. Temas que entrelaçam todas as disciplina e colocam o urbanismo e a cidade no meio do debate.

  5. Participo de um projeto na cidade de Antônio Carlos SC, próxima a Florianópolis SC que trabalha com crianças do 4 ano conceitos básicos de arquitetura, planejamento urbano, urbanismo, meio ambiente, saneamento e saúde.
    è um projeto que demanda um ano inteiro de contato com as crianças e através de ensinamentos e vivência eles passam ater maior responsabilidade e interesse pela cidade.
    Como reflexo deste projeto, as próprias crianças levam os pais a prefeitura para fazer regularizações, entendem a importância da preservação do meio e com isto existe muito menos construções em locais de desastres e próximos a nascentes e rios e principalmente tomam conhecimento da Lei 11.888 e estão informando os pais e incentivando a pressionar o poder público na utilização da lei.
    Estamos no terceiro ano do projeto e com certeza cada dia mais tem sido um sucesso de crítica e público.
    Se eu puder contribuir mais fico a diposição.

  6. Seria? “Seria feita uma chamada pública para arquitetos e urbanistas que tenham interesse em desenvolver projetos e ações relacionados a arquitetura e urbanismo com os estudantes ….”

  7. Já realizamos aqui em Belo Horizonte, O IAB com apoio do Ceau, levamos muitas crianças à Praça da Savassi, Liberdade. Com a presença da arquiteta Simone Sayege lançamos seu livro” Casacadabra”. Foi lindo. Vejam na internet ‘ Oficina de arquitetura com crianças, na Savassi”. ..imagens.

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