PROJETO AMAZÔNIA 2040

CAU Brasil estrutura Projeto Amazônia a partir dos saberes locais

Encerramento da última mesa redonda do Seminário de Meio Ambiente

No mês em que se celebra o Dia da Amazônia, o CAU Brasil debateu o tema “Urbanização e mudanças climáticas: desafios para cidades resilientes na Amazônia” no território do bioma onde está localizada a maior floresta tropical do planeta. Durante três dias, entre 8 e 10 de setembro, o Seminário Nacional de Meio Ambiente concentrou a atenção de especialistas, conselheiros federais e estaduais ligados aos debates das Comissões de Política Urbana e Ambiental (CPUA). Foi a primeira vez que o CAU realizou um seminário com foco na questão ambiental e se aproximou da realidade do território amazônico, procurando compreender o seu impacto nas mudanças climáticas do Brasil e do mundo. 

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Área de queimada na Via Verde, dentro da APP do Lago do Amapá, em Rio Branco

 

O momento não poderia ser mais simbólico. Foi um cenário cinza que os participantes do Seminário Nacional de Meio Ambiente encontraram na capital acreana. Agosto e setembro são os meses mais críticos para queimadas na Amazônia, e em 2022, foram ainda mais intensos. O último agosto teve o maior número de focos de incêndio desde 2010. Foram 33.116, segundo monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).  Na primeira semana deste setembro, os números superaram os de todo o mês em 2021. Entre os dias 1º e 7 (o que inclui o Dia da Amazônia, 5/9), o INPE registrou 18.374 focos de incêndio. Mais uma vez, a fumaça da Amazônia em chamas ultrapassou os limites regionais e chegou no sudeste e no sul do Brasil, evidenciando que os desequilíbrios do bioma amazônico, causados pelas queimadas, desmatamento e ocupações irregulares, têm efeito direto no território brasileiro e mundial. 

 

Com o seminário, o CAU convocou uma força-tarefa formada por pesquisadores, estudantes, educadores, ongs e outros entes com atuação cotidiana na Amazônia para compreender o papel da arquitetura e urbanismo na atuação sobre a preservação do território. É a partir deste acúmulo que será consolidado o Projeto Amazônia, uma possibilidade de ação dos arquitetos e urbanistas na construção do futuro. “Ficou visível a potência que é quando o CAU consegue reunir os seus profissionais para pensar num problema tão complexo. Com esse resultado, a gente espera estruturar levar a questão para a UIA 2122, visibilizar esta situação e conseguir parcerias locais e internacionais para que todos juntos possamos enfrentar a situação. A sociedade precisa do arquiteto fortalecido, com posicionamento claro, para fazer as transformações urgentemente”, afirmou Daniela Sarmento.

 

PROGRAMAÇÃO DIVERSIFICADA

 

A programação do seminário procurou oferecer diferentes dimensões sobre o tema, priorizando os acúmulos desenvolvidos no território. No primeiro dia, o Encontro Regional de Comissões de Política Urbana e Ambiental oportunizou a apresentação dos trabalhos realizados pela arquiteta Myrian Cardoso, da Rede Amazônia; e do arquiteto Thomaz Ramalho, da Cooperação Técnica Alemã (GIZ) no Projeto de Apoio à Agenda Nacional para o Desenvolvimento Urbano Sustentável (ANDUS). Houve ainda uma atualização sobre os projetos de lei que tratam de questões ambientais com impacto no trabalho dos arquitetos e urbanistas. O tema foi abordado pela Chefe da Assessoria de Relações Institucionais e Parlamentares do CAU/BR, Luciana Rubino. 

 

Na abertura oficial, a presidente Nadia Somekh foi representada pela 1ª vice-presidente, Daniela Sarmento. Anfitriã do encontro, a presidente do CAU/AC,  Dandara Cristtiny Brito Lima, recebeu os participantes junto com o coordenador da CPUA-CAU/BR, Ricardo Mascarello. Também prestigiaram o ato a a presidente do CREA do ACRE, Carmem Bastos Nardino; representante da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Rio Branco, (SEMEIA) Luzimar de Oliveira; e o Pró-Reitor da UFAC, Alexandre Hid. A palestra de abertura foi proferida pela arquiteta, pesquisadora e professora titular da UFPA,  Ana Claudia Cardoso, com o tema “Onde vivem as pessoas na Amazônia? Tríade: cidade, campo e floresta”. Saiba mais

 

Na sexta, dia 9, aconteceu a mesa “Boas práticas em Educação Ambiental – a cidadania como ferramenta para construção de cidades urbanisticamente adequadas”. Participaram da mesa Joselia Alves, conselheira federal do CAU Brasil e integrante da CPUA, a arquiteta e urbanista Jaqueline Andrade, do Cidade Educadora e Formação Cidadã e Luzimar de Oliveira, representante da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMEIA) do Estado do Acre. Veja como foi. Houve também a apresentação da Carta aos Candidatos – O Brasil precisa de mais Arquitetura e Urbanismo! Manifesto das Entidades e do Conselho de Arquitetura e Urbanismo em defesa da Sociedade, com destaque para a questão ambiental. Saiba mais 

 

A última mesa redonda do evento foi “Cidades Resilientes: quais caminhos percorrer?”. A partir de diferentes vivências e experiências, os convidados ofereceram perspectivas e sugestões para a composição do Projeto Amazônia. Participaram da mesa o  Professor da UFAC, Irving Foster Brown; o Tenente Coronel da Defesa Civil da Prefeitura de Rio Branco, Cláudio Falcão; a integrante do Comitê do Plano de Gestão da APA Lago Amapá,  Alieth Maria; e a Professora de Pós Graduação do IAU-USP, Luciana Schenk. A professora da UFPA, Ana Cláudia Cardoso foi a mediadora do debate, que também contou com a relatoria da Conselheira Federal do CAU/BR, Alice Rosas. Veja como foi

 

Os participantes se reuniram em duas oficinas de trabalho para a consolidação de propostas de ação a partir dos debates realizados no seminário. A primeira resultará numa carta de diretrizes dirigida às CPUAs dos CAU/UF sobre a temática de meio ambiente e sua intersecção com o espaço urbano. A segunda procurou estruturar o Projeto Amazônia com a contribuição dos participantes, apontando estratégias e parcerias para o programa que o CAU procurará levar para o Congresso UIA 2023. 

Visita à Área de Proteção Ambiental do Lago do Amapá

O último dia do evento, no sábado (10) foi reservado para visitas técnicas. Os participantes puderam visitar obras do projeto de urbanização de igarapés urbanos desenvolvidos com recursos do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) do Governo Federal. Também conheceram a Área de Proteção Ambiental do Lago do Amapá. O espaço no entorno da capital Rio Branco é um complexo de bens culturais e paisagísticos criado a partir da mobilização da comunidade. Ao longo dos cerca de 5.224 hectares, conta com patrimônios naturais, como o Lago do Amapá, a praia do Amapá e diversos igarapés. Também abriga pontos históricos como o local da emboscada do comandante da revolução Acreana, Plácido de Castro, o cemitério do Seringal Benfica, onde o militar foi enterrado.

 

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