CAU/BR

CAU manifesta-se contra aumento da carga horária em EaD em cursos presenciais

A 32ª Reunião Plenária Ampliada, que reúne conselheiros federais do CAU/BR e presidentes dos CAU/UF, realizada em 14 de fevereiro, manifestou-se  totalmente contrária ao aumento da carga horária na modalidade Ensino a Distância (EaD) nos cursos presenciais de Arquitetura e Urbanismo. A medida se contrapõe à Portaria do Ministério da Educação (MEC) nº 2.117, de 6 de dezembro de 2019, que dispõe que as Instituições de Ensino Superior (IES), pertecentes ao Sistema Federal de Ensino, poderão introduzir a oferta de carga horária na modalidade de EaD na organização pedagógica e curricular de seus cursos de graduação presenciais, até o limite de 40% da carga horária total do curso. Anteriormente este índice era de 20%.

 

A reunião plenária ampliada aprovou, também, impetrar ação judicial contra a portaria. “A ampliação da porcentagem da carga horária na modalidade EaD para os cursos de graduação presenciais ofertados por IES, cerceia e prejudica a formação profissional teórico-prática do arquiteto e urbanista, podendo trazer sérios danos, com riscos à segurança, à integridade física, à saúde, à educação, ao patrimônio, ao meio ambiente e ao bem-estar da sociedade”, destaca a Manifestação aprovada pela Deliberação Plenária DPABR nº 0032/2020.

 

O CAU se posiciona contrário ao EaD em Arquitetura e Urbanismo desde 2017, quando manifestou publicamente sua preocupação e discordância com a improcedente e perigosa oferta de cursos de graduação na modalidade a distância. Em 2018, o CAU e outros conselhos de profissões regulamentadas encaminharam ao MEC a Carta pela Qualidade do Ensino de Arquitetura e Urbanismo, se opondo ao “modelo instrumental e ao consequente sucateamento das Instituições de Ensino Superior, com grande redução da carga horária em sala de aula, precarização das relações pedagógicas estabelecidas entre a teoria e prática”, reafirmando que o espaço físico adequado é parte do processo de ensino e favorece o aprendizado.

 

O próprio Código de Ética e Disciplina do CAU/BR afirma que o arquiteto e urbanista deve deter um conjunto sistematizado de conhecimentos das artes, das ciências e das técnicas, assim como das teorias e práticas específicas da Arquitetura e Urbanismo, experiência que se dá a partir da relação professor/aluno de forma presencial. A Comissão de Ensino e Formação (CEF) do CAU/BR entende que um dos princípios da Arquitetura e Urbanismo e do Paisagismo é a necessária condição geográfica, em prejuízo das de caráter histórico e cultural, sendo impossível para o professor passar essa experiência para o aluno na modalidade a distância.

 

Desde 2019, os CAU/UF não registram os egressos de cursos de Arquitetura e Urbanismo 100% a distância.

 

Leia aqui a primeira manifestação do CAU/BR sobre cursos EaD

 

A ABEA, IAB, FeNEA e FNA também já se pronunciaram publicamente contra o ensino de Arquitetura e Urbanismo na modalidade EaD:

 

Carta da ABEA contra o ensino de Arquitetura e Urbanismo a distância

 

Em carta ao MEC, IAB critica ensino a distância de Arquitetura e Urbanismo

 

Carta da FeNEA sobre os cursos de Arquitetura e Urbanismo em modalidade EAD

 

FNA manifesta apoio à ABEA contra Ensino a Distância

 

 

 

 

 

 

6 respostas

  1. Esse ano vimos que o ensino EAD foi o único que sobreviveu ao período de pandemia, as pessoas não pararam de estudar, inclusive eu, por causa do EAD, e aprendi. Os conceitos mudaram e vimos que o ensino a distância é perfeitamente factível, e os conceitos devem ser revistos. Acho muita falta de coerência proibir o registro de profissionais que concluíram seu curso com a mesma carga horário, mesma grade, ralando pra estudar, e isso tudo por interesse de uns. Não tem nada haver com governo e sim com oportunidades, o aprender é vasto e não pode ser restrito a 4 paredes, o EAD é o futuro, está crescendo e ninguém pode impedir, se impedir é contra a educação pura e simplesmente.

    1. concordo plenamente, o que o CAU deveria se preocupar é com a qualidade dos profissionais através de exame para registro no concelho e não em fazer as vezes de órgão regulador de ensino superior.

  2. Estou iniciando o quarto semestre de Arquitetura e Urbanismo na Universidade de Franca (UNIFRAN), e hoje 07/07/2020 tivemos uma reunião acadêmica com a coordenação do curso, na qual fomos informados que a partir desse semestre o curso de mudou a grade de 20% para 40% a distancia, e conforme a matéria aqui apresentada, o CAU é contrario a essa mudança aprovada pelo MEC. EU gostaria de saber se isso vai me causar algum transtorno no momento em que for fazer meu registro profissional neste Conselho de Arquitetura e Urbanismo.

    1. Por favor entre em contato com a Central de Atendimento do CAU de segunda a sexta, das 9h às 19h (horário de Brasília). Confira nossos contatos:

      Chat: https://caubr.gov.br/atendimento

      Telefones: 0800-883-0113 (ligações realizadas a partir de telefones fixos) e 4007-2613

  3. Num pais onde o ensino publico fundamental e medio é tão precario, é uma ignorancia implementarem cursos, sobretudo de Arquitetura e Urbanismo, 40% EAD, e como Docente posso dizer que esta é a realidade em muitas instituições de ensino, sobretudo particulares.

    O MEC implementa ideias de ensino aplicado a paises desenvolvidos, sabendo que não é nossa realidade, seja tecnologica ou cultural.

    Acredito que aqueles que coordenam o MEC não dão minima para a qualidade de ensino no Brasil, alias duvido ate da capacitação profissional e tecnica deles, pois o que observamos é que por um fator apenas capitalista, implementam ações dessa natureza.

    Gostaria muito de saber se o CAU terá força para fazer algo, ao menos em nossa área do conhecimento.

  4. É um absurdo como o atual governo está desconstruindo a educação, a saúde, as conquistas sociais.
    É urgente que as entidades e a sociedade efetivamente lutem contra esse desmanche.

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