Encerrou-se em Chicago (EUA) a Conferência Nacional do American Institute of Architects (AIA), que reúne arquitetos e associações de classe de todo o mundo. Presentes no evento, a presidente do CAU Brasil, Nadia Somekh, e os conselheiros Patrícia Luz (RN) e José Gerardo Fonseca (PI) negociaram acordos de mobilidade profissional e promoveram trocas experiências com diversas instituições, como o National Council of Architectural Registration Boards (NCARB) e o Royal Institute of British Architects (RIBA), além do próprio AIA.
No evento, a presidente Nadia Somekh recebeu a Medalha Presidencial e o Título de Membro Honorário do American Institute of Architects (AIA). Ambas as honrarias são um reconhecimento da associação profissional de arquitetos estadunidenses pelos serviços prestados em prol da arquitetura e contribuições para o avanço da profissão. Saiba mais aqui.
No último dia da Convenção Nacional do AIA (A’22), a principal atração foi o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama. Ele conversou com o presidente da AIA, Dan Hart, onde eles discutiram temas como a sua relação com a Arquitetura, conselhos para arquitetos e uma revelação: Obama queria ser arquiteto na juventude. Dan Hart retrucou que o ex-presidente pensa suas políticas públicas da mesma forma que um arquiteto pensaria.
“Bom planejamento e arquitetos qualificados são necessários. Mas a política do governo faz a diferença. A expansão das grandes cidades na América não é boa para o nosso clima, então temos que pensar em como criar uma densidade habitável que nos permita usar o transporte de massa e nos permita fazer deslocamentos com bicicletas e a pé”, disse. Para ele, arquitetos têm o poder de trazer equidade e melhorar o ambiente, construindo comunidades orgânicas.
Sobre seus conselhos para arquitetos de todo o mundo, Obama disse que é o mesmo para todas as profissões. “Ouvir as pessoas. Se elas sentirem que você está ouvindo e se importando com suas histórias e vidas, elas lhe dirão o que é importante para elas e quem elas são. Isso se aplica a todas as profissões, incluindo a arquitetura.”
ARQUITETOS BRASILEIROS NOS EUA
Durante o evento, a presidente Nadia Somekh conheceu a arquiteta brasileira Marcia Adair, que reside e trabalha nos Estados Unidos. Especializada em Design Sustentável e Certificação Energética, ela recebeu neste ano seu registro oficial pelo AIA. Nos Estados Unidos, não é preciso diploma de Arquitetura para exercer a profissão. Mas para conseguir o licenciamento (registro) e se tornar responsável técnico por projetos e obras, é preciso fazer um exame composto de várias provas e comprovar experiência de pelo menos cinco anos na área (incluindo formação).
Marcia já trabalha como arquiteta nos Estados Unidos há nove anos, depois de passar por sete provas diferentes, inclusive uma específica do estado em que reside, a Califórnia. A arquiteta inclusive se colocou à disposição para colaborar nas novas negociações entre o CAU Brasil e o NCARB para mobilidade profissional de arquitetos brasileiros e americanos, de forma que possam atuar nos dois países.
No começo de junho, o CAU Brasil já havia realizado uma reunião com arquitetos brasileiros residentes nos Estados Unidos. De uma forma geral, eles relataram que é fácil encontrar emprego na área. Até mesmo de forma remota: alguns arquitetos brasileiros adquiriram a experiência necessária para se registrar no AIA justamente trabalhando do Brasil para escritórios nos EUA.
