ARQUITETOS EM DESTAQUE

Dia da Mulher: saudações de conselheiras e mulheres presidentes

Reunimos aqui algumas manifestações da mulheres presidentes e conselheiras de entidades de Arquitetura e Urbanismo  sobre o Dia Internacional da Mulher 2021.

 

MULHERES PRESIDENTES DE ENTIDADES NACIONAIS DE ARQUITETURA E URBANISMO

 

Nadia Somekh, presidente do CAU Brasil: “O Dia Internacional da Mulher nos proporciona a oportunidade de saudar novamente nossas colegas de ofício. A participação feminina na profissão tem sido um crescente e tende ainda a aumentar, considerando que quanto menor a faixa etária, maior a proporção de mulheres. A média nacional hoje é de 64%, enquanto na faixa de até 29 anos, as mulheres representam 76% dos profissionais ativos. Ao mesmo tempo, este é o momento de renovarmos nosso compromisso com a sociedade para a construção de cidades saudáveis e moradias dignas. Há poucos dias, a Fundação João Pinheiro divulgou estudo revelando que o déficit habitacional do país passou de 5,6 milhões de moradias, em 2016, para 5,8 milhões, em 2019. O trabalho também destacou a existência de 24 milhões de domicílios inadequados, o que corresponde a um terço das habitações do país. A maior parte desses domicílios tem como responsáveis uma mulher. Junto com nossos colegas arquitetos, temos muito o que fazer para melhorar a vida da maioria da população das cidades brasileiras”.

 

Luciana Schenk, presidente da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP):  “Um mundo mais justo, menos desigual. Com espaços generosos, experiências memoráveis, lugares para viver.e deixar viver… A arquitetura e o urbanismo participam ativamente desse processo. As formas são propostas e criam esse mundo que pode ser outro. Como comemorar essa participação no Dia da Mulher ? Avaliando o crescimento dentro a profissão desse perfil. Percebendo que esse compartilhamento enriquece, abre novos pontos de vista, agrega valores. Um mundo generoso, memorável e… também feminino”.

 

Eleonora Mascia, presidente da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA): “Precisamos fazer valer a arquitetura e urbanismo próximos da vida das pessoas e, neste sentido, a atuação das mulheres é fundamental na profissão e na relação com a sociedade. Além da visibilidade necessária ao trabalho de arquitetas e urbanistas, que enfrentam todas as adversidades historicamente impostas, há que se destacar a capacidade de atuar junto à coletividade e para a afirmação de direitos, buscando um habitat humano e saudável para todos”.

 

Maria Elisa Baptista, presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/DN): “Há diferença entre o projeto desenhado por uma mulher e o desenhado por um homem? Certamente há diferença entre o projeto feito por um autor solitário e o projetado por um coletivo.Talvez resida aí a importância dos trabalhos feito por mulheres. Temos o olhar apurado para o cuidado, para as diferenças. Diria que até para a delicadeza. Nada disso é exclusividade das mulheres, claro. Há homens tão cuidadosos, sensíveis e generosos como as mulheres. E essa característica feminina, diríamos assim, que imprimimos no nosso ofício, pode ser partilhada por todos. Nem todas nós, e, certamente, não todo o tempo, mostramos o melhor. Mas essa é também o caminho a trilhar. Começamos há tanto tempo essa caminhada na arquitetura, e só recentemente nos tornamos plenamente visíveis. Mudará a arquitetura? Espero que sim. Temos o que dizer, temos o que fazer”.

 

Franciele Franceschini Schallenberger, dirigente da Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo (FeNEA): “Essa data instituída em homenagem à luta e às conquistas das mulheres jamais deve se desprender das motivações e mobilizações que a construíram historicamente. Lembrar faz sentir que ainda há muito pelo que lutar. Mulher é ser político atuante cotidianamente nos espaços que frequenta, capaz de transformar tudo de diversas formas. A transformação de agora que parte de diversas inquietações, objetiva a mudança nos modos de encarar a arquitetura e urbanismo e as formas de atuar nas habitações. A presença feminina nos espaços tem potencial de contribuir com olhares mais cautelosos e sensíveis para as agentes mais habituais dos lares. Dar voz às essas narrativas de mulheres que há tantos anos são vinculadas a ideia de trabalho no lar, é uma forma de revolucionar como lidamos e vemos as habitações e a cidade. A presença de mulheres na arquitetura nessa nova jornada não só se faz importante pela representatividade que individualmente expressam, mas também por significar presença de quem melhor pode valorizar protagonistas em mudanças vindouras”.

 

 

CONSELHEIRAS FEDERAIS DO CAU BRASIL

 
Maria Clara Scardini, conselheira federal suplente pelo MS:”É necessário fomentar as discussões acerca dos desafios que ainda são enfrentados por nós. Acredito que a participação feminina contribui com um olhar mais atento às reivindicações de gênero. No entanto, existem alguns obstáculos a serem superados, como ampliar a representatividade feminina em cargos e a desigualdade salarial”.

 

Camila Leal, conselheira federal pela PB: “Frente aos desafios da profissão, acreditamos que o papel das arquitetas e urbanistas passa pela busca por visibilidade e equidade nas condições de atuação profissional. O mercado de trabalho precisa estar mais atento e aberto às demandas específicas das mulheres. Representamos 66% de todos os profissionais na Paraíba, sem esquecer, contudo, da importância de lançarmos um olhar interseccional sobre a diversidade de perfis existentes dentro dessa porcentagem. Por fim, é fundamental, também, ampliar a nossa participação na formulação de políticas públicas que promovam cidades mais justas e seguras. É preciso colocar a mulher no centro das discussões e no protagonismo das decisões que impactam o nosso cotidiano em todos os âmbitos”.

 

Daniele Paes Barreto, conselheira federal suplente pelo CAU/PE: “Vivemos um momento nunca experimentado no mundo, com transformações que têm exigido muita determinação e criatividade de todos. O desafio de todos os arquitetos e urbanistas, sobretudo das arquitetas, que são a maioria, é mostrar o seu potencial unindo três fatores primordiais: profissionalismo, através da técnica e do conhecimento, amor pelo que faz e ética. Deste modo, sempre haverá oportunidades de trabalho e valorização da profissão. Com isso, o nosso Conselho assume o protagonismo para oferecer apoio a todos e todas, criando um ambiente favorável para a inclusão, diversidade e, principalmente, união em torno do reconhecimento da arquitetura e urbanismo como elemento essencial para o desenvolvimento”.

 

Patricia Luiz, conselheira federal pelo RN: “A presença feminina na arquitetura e urbanismo contribui para a qualidade de vida nas cidades ao criar projetos funcionais sob o olhar de quem confere elegância e autenticidade aos espaços. No dia 8 de março precisamos homenagear a força destas mulheres que mudam dia a dia a história da arquitetura potiguar”.

 

Clarice Debiagi, suplente de conselheiro federal pelo RS:  “Tive o privilégio de conviver com diversos casais de arquitetos durante a minha infância e adolescência, incluindo meus pais. Me chamava a atenção aquelas mulheres arquitetas intrigantes, geniais e malabaristas, adequadas e discretas (mas quase invisíveis). O nosso protagonismo sempre existiu; são décadas de trabalho na construção e no desenvolvimento das cidades nos diversos papéis como arquitetas e urbanistas. Seguimos na toada das mulheres, intrigantes, multitarefas e malabaristas. Mas ocupando mais espaços, cargo estratégicos e nos tornando visíveis! Que cada conquista inspire, que cada porta aberta seja compartilhada entre todas!! Um feliz Dia da Mulher!”.

 

Karinne Santiago, conselheira federal suplente pelo SE : “Falar sobre os desafios da profissão de Arquitetura e Urbanismo perpassa por diversos focos, praticamente é necessária a reinvenção de nós próprios enquanto seres humanos e profissionais, hoje a tecnologia toma conta de tudo e também do projeto, as ideias são copiadas e vendidas a preços baixos, há a inteligência computacional, que para a sociedade muitas vezes desempenha o papel do arquiteto e urbanista, há as redes sociais, que são um canal poderosíssimo de informação repassada, em todas as esferas de atuação, há várias atenuantes que promovem sentido à existência da vida humana e das cidades, o meio ambiente, o patrimônio material e imaterial, questões de infraestrutura, e há ainda o sentido da vida, tão a flor da pele nos dias de hoje com a pandemia do Covid-19. O profissional precisa entender o sentido de seus papeis possíveis em todo esse contexto, buscar seus caminhos, seus valores, sua posição perante a sociedade, inovar seu trabalho, estudar e propor novos hábitos, além de procurar girar conforme o mundo se movimenta, senão ficará de fora!”.

 

PRESIDENTES E VICES DE CAU ESTADUAIS E DO DF

 

Mônica Andréa Blanco, presidente do CAU/DF: “Somos 3.993 arquitetas e urbanistas no Distrito Federal – 64% dos profissionais atuantes na região. Temos uma presidente à frente do Conselho e um Plenário igualitário composto por 14 conselheiras. Mas ainda assim, com todas as condições favoráveis, sofremos com um desequilíbrio sistêmico da participação feminina no mercado de trabalho, na tomada de decisões e/ou à frente de políticas urbanas. Sem contar que somos alvos reincidentes de preconceitos e discriminações raciais, de assédios morais e sexuais. E nossas conquistas não são reconhecidas ou valorizadas porque, na maioria das vezes, não são visíveis à sociedade. Na iniciativa privada, os ambientes de trabalho, infelizmente, ainda são inseguros e desconfortáveis à presença feminina. Os salários e remunerações de longe retratam os esforços e investimentos empregados no desenvolvimento de nossas carreiras. Nossa voz ainda é pouco ouvida e respeitada e tem menos força no coletivo. Mas apesar deste cenário pouco promissor, o CAU/DF tem ampliado e intensificado suas discussões sobre todos esses temas nos últimos anos; sobre a importância do papel que nós, mulheres, desempenhamos e as dificuldades em obtermos o reconhecimento profissional.  Sabemos que ainda há muito a ser feito, mas lutamos para que sejam tempos significativos para nós, mulheres arquitetas e urbanistas”.

 

Janaína de Holanda, vice-presidente do CAU/GO: “Dentre os desafios que são postos às arquitetas e urbanistas está o de tornar os espaços, sejam as ruas e praças da cidade, sejam edifícios das mais variadas funções, em locais mais amistosos e seguros, adequados às nossas necessidades e à nossa própria diversidade. Tornar os espaços áreas de afirmação, empoderando e estimulando a ocupação e fruição dos mesmos com liberdade e segurança”.

 

Maria Edwiges Sobreira Leal, presidente do CAU/MG: “No Dia Internacional da Mulher, a melhor forma de homenagem será o respeito e o devido reconhecimento de nosso trabalho. É estranho, mas certo, que necessitemos de um dia para enaltecer as nossas conquistas, lembrar das dores e das lutas, pelo acesso igualitário e equivalente ao mercado de trabalho, ao voto, à dignidade, ao simples lugar de fala! Representamos mais de 60% dos profissionais de Arquitetura e Urbanismo no país. Em Minas Gerais somos 67%, ficando acima da média nacional. Neste momento turbulento, podemos apresentar nosso olhar feminino, construir pontes de diálogo e ampliar consciências. Afinal, garantidas a independência e igualdade de direitos, não perdemos a alma cuidadora, o olhar atento, o domínio dos processos de crescimento, da vida. Podemos e devemos contaminar com este olhar as nossas cidades, os múltiplos espaços de convívio, quebrando obstáculos e tornando a vida mais digna e gentil.   Arquitetas e Urbanistas, tomem posse desta responsabilidade e vamos juntas, trabalhando Minas adentro, sem deixar nenhuma para trás, transformar todo o mundo que existe aqui, perto de nós, agora. Feliz Dia internacional da Mulher a todas e todos”.

 

Neila Janes Viana Vieira, vice-presidente do CAU/MS:  “O Dia da Mulher é importante como um dia de luta, de conscientização e de mobilização para a construção de uma sociedade justa, igualitária e sem discriminações quanto ao gênero em todas as áreas e profissões. A mulher é a que mais vivencia a cidade em todos os seus aspectos e dimensões. A mulher, como mãe, profissional, trabalhadora, estudante e cuidadora da família, entre outras atividades, circula por todos os espaços da cidade e em todos os horários, acumulando experiências e conhecimento sobre o seu funcionamento. E em consequência é também a maior vitima das suas mazelas, ineficiências, perigos e inseguranças.  É também o dia de intensificar a divulgação do trabalho da arquiteta, dar mais visibilidade e mostrar a sociedade que a Arquiteta e Urbanista pode e deve trabalhar em todas as áreas da arquitetura e Urbanismo com competência, conhecimento e habilidades técnicas e qualificação profissional. Hoje o maior  desafio das arquitetas é atuar na área de projetos arquitetônicos para população de baixa renda e até mesmo sem renda, propondo soluções criativas e de baixo custo, inclusive para o mobiliário das residências. Como mulheres precisamos atuar no sentido de garantir residências com melhores condições de habitabilidade e cidades mais inclusivas e acolhedoras a todos”

 

Thaís Marzurkiewics, vice-presidente do CAU/PR:  “Provar nossa competência é sempre uma necessidade. Embora sejamos a maioria, inclusive na academia, os homens ainda ganham mais prêmios e são os mais nomeados para os cargos públicos. Nosso desafio é buscar a igualdade salarial e também de oportunidade dentro do mercado da Arquitetura e Urbanismo”.

 

Shirley Dantas, presidente do CAU/SE: “Um de nossos maiores desafios enquanto mulheres arquitetas é o de assumir cada vez mais postos decisórios nas cidades, de modo que as moradias e os espaços públicos considerem a complexidade da vida urbana, a inter-relação entre as atividades humanas, as redes sociais estabelecidas, os valores afetivos, etc. Mulheres arquitetas em espaços de poder tendem a envolver as comunidades, especialmente mulheres, na concepção das políticas urbanas, garantindo o sentimento de pertencimento, a redução da violência urbana e a dignidade humana. Precisamos ainda avançar muito na conquista da parte que nos cabe na concepção de cidades mais humanas”.

 

Heloisa Rezende , vice-presidente do CAU/SE:  “Quando íamos à obra com um colega arquiteto, sendo nós as responsáveis, o fornecedor e o trabalhador da construção civil se dirigiam a ele. Quando no escritório de arquitetura, num trabalho coletivo, os homens preferiam ficar com o processo criativo, sobrando às mulheres a administração e organização do escritório. Quando assumíamos postos de comando, para sermos respeitadas, precisávamos assumir domportamentos masculinizados. Isso mudou? Sim, nós mulheres arquitetas estamos mudando. Não naturalizamos mais essa fragilização e invisibilização profissional! O desafio?  Projetarmos essa transformação juntamente com nossos parceiros de trabalho, cada um assumindo para si a responsabilidade em reconhecer, fortalecer e comungar a conquista do espaço das mulheres arquitetas em seu ofício. Nada menos! Assim a arquitetura e urbanismo se valorizará!”.

 

 

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