EVENTOS

Elizabeth de Portzamparc palestra na abertura da XIX Semana Viver Metrópole 

Natural do Rio de Janeiro, Elizabeth de Portzamparc vive na França e tem dezenas de projetos na Europa e Ásia

 

A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie abriu, nesta segunda-feira, 3 de de outubro, a XIX Semana Viver Metrópole. Pela primeira vez desde a pandemia da covid-19, o evento que já é tradicional na FAU acontece em formato presencial no campus Higienópolis, capital paulista. A presidente do CAU Brasil Nadia Somekh participou da mesa de abertura, que contou com a palestra inaugural da arquiteta e socióloga franco-brasileira Elizabeth de Portzamparc. 

 

Elizabeth de Portzamparc é autora de dezenas de projetos expressivos no Brasil, Europa e Ásia. É dela a assinatura da estação de Le Bourget, na Grande Paris; da Biblioteca do Campus Condorcet e do Musée de la Romanité em Nîmes, na França. Em Taiwan, projetou a torre Taichung Intelligence Operation Center; e em Xangai, o Palácio das Ciências de Pudong. Seu acervo também é composto por diversos projetos urbanísticos, de design e arquitetura de interiores. O reconhecimento internacional da arquiteta carioca também é atestado por diversos prêmios na Croácia, França, Reino Unido e Alemanha, além do Rio de Janeiro.

 

Na palestra, ela falou sobre a sua concepção de uma “nova arquitetura de conexões”: ecossistêmica, regenerativa e autopoética. “Os problemas da sociedade foram historicamente construídos. É nossa responsabilidade achar ferramentas novas e soluções resilientes para conceber uma nova arquitetura”, afirmou. Também enumerou princípios que devem guiar, na sua interpretação, esta “nova arquitetura”:

 

 

Para Elizabeth de Portzamparc, é preciso construir alternativas para os problemas das cidades de forma coletiva. “As interações humanas produzem a inteligência que molda a nossa sociedade. Isso se nota desde as cidades construídas no neolítico. À medida em que estes humanos começam a se sedentarizar, há aproximadamente 12 mil anos, a aproximação humana permitiu o desenvolvimento de uma inteligência coletiva criando um contexto extremamente fecundo para as invenções fundadoras da nossa civilização, como a escrita, a irrigação, a roda, as colunas…” exemplificou.

 

A arquiteta afirmou que sua obra carrega forte influência de conceitos como o de espaços democráticos, de Lina Bo Bardi, e arquitetura adaptável, de Sérgio Bernardes. “Meu trabalho sempre foi muito inspirado pela arquitetura brasileira, por nossos grandes mestres. Podemos ficar orgulhosos de saber que na França importamos do Brasil ideias tão maravilhosas”, disse.  Em seguida, apresentou algumas das suas principais obras em diferentes cidades.

 

 

Ao final da palestra, a presidente Nadia Somekh agradeceu a participação de  Elizabeth de Portzamparc. Falou sobre algumas das ações do CAU pela valorização da arquitetura no Brasil e ampliação da relação com a sociedade, como o Programa Mais Arquitetos e a Carta aos candidatos nas eleições, entre outras iniciativas. “Estamos discutindo o futuro das cidades considerando os problemas ambientais seríssimos e procurando mostrar para a sociedade que o nosso ofício é importante para o Brasil”, disse a presidente, lembrando os desafios impostos pela realidade brasileira, em que 82% das moradias são feitas sem arquitetos ou engenheiros. 

 

Nadia também falou sobre o perfil dos estudantes e profissionais da arquitetura no país, destacando o contingente majoritariamente feminino que pode se inspirar na carreira de Elizabeth de Portzamparc. “É um orgulho ter uma mulher com essa produção arquitetônica”, afirmou. 

 

 

A presidente, que também é professora emérita na FAU Mackenzie, destacou a importância do envolvimento dos docentes na política profissional. “Os estudantes têm que ter muito orgulho dos seus professores que são ativistas da valorização profissional”, disse. 

 

A XIX Semana Viver Metrópole acontece até o dia 7 de outubro e oferece atividades e discussões alternativas, relacionadas ao universo da arte, cultura, educação e cidade. A partir do título geral “E a sociedade?”, a edição deste ano provoca refletir sobre o papel dos futuros profissionais diante dos desafios sociais.

 

BAIXE A PROGRAMAÇÃO COMPLETA

 

ASSISTA À PALESTRA COMPLETA NO CANAL DA FAU MACKENZIE NO YOUTUBE:

 

 

 

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