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Em “live”, Nadia Somekh afirma que não aceitará mais que SICCAU não funcione

Na manhã do dia 5 de maio, a presidente do CAU Brasil apresentou, em “live” transmitida pela TV CAU no Youtube, um balanço do Plano dos 100 Dias, marco das diretrizes que serão seguidas pela nova gestão até 2023. “Este é um momento de reflexão, entrega, de compromisso, de perspectiva, de trabalho coletivo que acolhe as diferenças e os projetos individuais de cada estado, de cada conselheiro e que possa construir um projeto coletivo que potencializa as aspirações individuais de estados e da nossa própria nação”, disse ela na abertura do evento online.

 

 

“O que fizemos foi levantar os problemas existentes e botar ordem na casa. Nós queremos mudança no direcionamento, mudanças estratégicas através de ações concretas de construção coletiva de busca de convergências. Não é fácil, mas acreditamos em uma articulação correta com os nossos presidentes de CAUs estaduais e dos conselheiros federais com os conselheiros e presidentes de seus estados”.  

 

LINK PARA POWER POINT APRESENTADO NA LIVE

 

Um dos pontos que mereceu maior destaque foi a questão do funcionamento do SICCAU. “Eu fico ouvindo os presidentes perguntando “Por que que o SICCAU dá problema?” “Por que que a tecnologia dá problema?” Aí eu vou contar pra vocês o que a gente está descobrindo. Nós somos arquitetos, construímos um um edifício, o CAU, mas não cuidamos da manutenção desse edifício. E aí, o que acontece? Fizemos transformações oito meses atrás e isso “bagunçou o coreto”, falando de forma mais simples, fazendo com que o SICCAU, que já tinha reclamações, ampliasse as suas informações”.

 

Sem negar que o problema ainda não está resolvido, Nadia Somekh apresentou os resultados de uma força-tarefa coordenada pela vice-presidente, Daniela Sarmento, contando com a participação de vários CAU UFs. “Conseguimos corrigir alguma (ver gráficos).. Mas corrigimos tudo? Não. Até ontem a gente estava ouvindo reclamação de arquiteto. Nós não queremos mais ouvir isso. Nós queremos atender os arquitetos, essa é a nossa função. Estamos nos comprometendo a continuar com essa força-tarefa. Mas é preciso também cuidar da atualização do SICCAU, que desde que foi implantado não teve atualização adequada.  O quê que aconteceu? São forças ocultas? É atraso tecnológico? Nós não vamos mais aceitar que as coisas não funcionem. Vamos investigar mais a fundo o que aconteceu. Nós nos comprometemos a desvendar este mistério. Nós não vamos mais aceitar que as coisas não funcionem. Não vamos mais aceitar”.

 

Não estamos inventando moda, como foi há oito meses atrás, que atrapalhou um pouco o funcionamento. Que já não era muito bom, mas estava funcionando. Piorou demais, piorou demais e agora nós vamos ver como é que a gente tira esse atraso”, enfatizando a importância dos profissionais terem condições de utilizar o sistema para emissão das RRTs, em especial em um momento em que, aparentemente, o mercado está melhorando. 

 

 

Outros assuntos abordados na “live” foram: 

 

= Trabalho matricial e transparência: o objetivo  é  “romper  as caixinhas que nos engessam e trabalhar de forma matriciaial”, o que já está ocorrendo no debate da Resolução 64 proposta pelo Ministério da Economia:   CEPUA e a CPP, numa conexão matricial, se articularam com a CEPUAs do Brasil inteiro e convidou especialistas interessados e quem pudesse contribuir para a gente conseguir melhorar a gestão das nossas cidades. “Além disso queremos a produtividade, a eficiência, a celeridade, transparência e excelência para nosso Conselho”.

 

= Ensino a distância:  A questão de ensino é com o Ministério da Educação. Nós temos outra atribuição, outra tarefa, que é  garantir qualidade à formação e às atribuições dos nossos arquitetos. Então é diferente. Nós temos que trabalhar nessa perspectiva e organizar com os coordenadores do curso, ampliar a nossa rede, temos 875 escolas, só 190 são articuladas no nosso Conselho. Não é só o ensino a distância que é o nosso problema. A tecnologia pode ser um fator de transmissão de conhecimento no nosso país, que é continental, mas precisamos ver se a nossa educação, nossa formação de um arquiteto cidadão, um arquiteto responsável, está adequada”

 

Desigualdade:  Nadia Somekh conta que desde seu primeiro mandato como conselheira federal defende a reduzição das  desigualdades do país, da estrutura dos CAU, sem diferença de tamanho, e valorizar a arquitetura e os arquitetos em todo o nosso país. “Para isso, vamos compartilhar tudo que existe de bom entre nós e a fazer com que seja replicado em torno dos estados, como o programa “Nenhuma Casa Sem Banheiro” do CAU/RS. Vamos fazer isso no Brasil inteiro e comunicar, temos que comunicar mais o que estamos fazendo, sensibilizar a sociedade sobre a importância do nosso trabalho e para que serve o Conselho”. 

 

 

 

Fiscalização e harmonização: Nós recriamos uma comissão temporária de fiscalização, mas vale lembrar que CAU Brasil não fiscaliza, quem fiscaliza são os estados. A comissão temporária terá representante dos conselhos estaduais para trazer a contribuição de todos os estados para a construção de uma regulação nacional da fiscalização, com orientações mais orientativas, não punitivas e de valorização do bom arquiteto.  Essa é a nossa tarefa: proteger a sociedade dos maus arquitetos, mas também valorizar o bom trabalho de arquiteto. Com essa articulação poderemos avançar na harmonização com outras entidades como o CREA. Eu não paro de repetir que 85% das edificações são feitas sem engenheiro nem arquiteto, o que nos aponta uma aliança que é possível fazer. A Comissão de Harmonização da gestão passado já avançou no diálogo, agora precisamos de resultado”. 

 

Congresso UIA2021RIO:  Nadia Somekh lembrou que, em razão da pandemia, o evento será 100% digital, o que amplia ainda mais seu alcance. ‘Desde os anos 50 a nossa arquitetura é valorizada, é reconhecida e, portanto, ela r mais um pouco valorizada é importante. Mas não é isso o mais importante que eu vejo, desde 2014, na importância desse congresso é  mostrar para população que nós somos necessários. Quem não conhece, não valoriza. E mostrar ainda projetos novos, de excelência, que temos, como o CAU EDUCA”.  

 

Equidade de Gênero e Raça: a comissão de equidade de gênero, criada na gestão passada, agora foi ampliada e tratará também de raça. Não adianta dizer que o país não é machista, que o país não é racista,  é importante a gente trabalhar pelo positivo. Sensibilizar a população da importância da nossa equidade. Da equidade social que a gente precisa pra defender a própria arquitetura.

 

Formas  contemporâneas de cobrança: foi criado um grupo para tatar do assunto, objetivando facilitar a vida dos profissionais. “Por que a gente precisa estar sempre atrasado nesse conselho? Parece que a gente está no século 19, com procedimentos burocráticos, com leituras excessivas, com perdas de tempo nas plenárias… Nós estamos trazendo a celeridade, a objetividade para nosso conselho, mas também a gente quer facilitar a vida dos arquitetos, a vida dos conselhos e buscar”. 

 

Campanha Mais Arquitetos: “Desde o primeiro dia que eu pisei no CAU eu quero valorizar o arquiteto pé no chão. A campanha tratará disso. A primeira fase dessa campanha é para cuidar dos casos mais graves, das moradias que são precárias e que precisam de nós, mas não é isso. Nós também temos um mar de possibilidades nas periferias, e nós mostramos isso no congresso de Porto Alegre em 2019, como é importante, como existe toda uma demanda reprimida que prefere o pedreiro pra fazer uma reforminha precária do que pensar num projeto que melhore a qualidade e a beleza. Por que não? Nós somos estetas. Nós trabalhamos também com a beleza e com a qualidade da arquitetura e da vida população. E, pra isso, a gente vai criar câmaras temáticas com temas emergentes e assistência técnica em habitação de interesse social é a primeira delas. Na segunda etapa vamos falar da Arquitetura Popular,  destinada às pessoas que podem pagar pelos serviços de um arquiteto mas direito o que ele faz, onde encontrar, e acaba contratando profissionais leigos. Nós precisamos disso. Nós queremos trabalhar junto com Estados e Municípios,  movimentos sociais, para mostrar que nosso ofício  é importante, que os arquitetos em geral e os arquitetos que a gente forma são arquitetos cidadãos e que precisam trabalhar para melhorar as condições do nosso país”

 

Acompanharam a fala da presidente Nadia Somekh, presentes na plataforma de transmissão,  como componentes do Conselho Diretor, a vice-presidente Daniela Sarmento; o segundo vice-presidente Jefferson Navolar; a conselheira Patrícia Luz, coordenadora da CEP; o conselheiro Valter Caldana,  coordenador da CEF, e  Matozalem Santana , atual  coordenador adjunto da CED . Igualmente estiveram presentes os presidentes Rafael Amaral Tenório (CAU/PE e coordenador do Fórum de Presidentes);  Welton Alvino (CAU/AP) e Pablo Benetti (CAU/RJ). 

 

 

 

3 respostas

  1. Isso é um desrespeito total! Essa força tarefa foi dita que resolveria tudo até Março… estamos praticamente no meio de Maio e os problemas continuam… é muita propaganda pra um resultado muito negativo! Nenhuma empresa competente demoraria um mês pra solucionar um problema de um site mas nenhum arquiteto sabe que empresa o CAU contratou… tem mais coisas nessa história pq o CAU se NEGA a informar o nome da empresa responsável pelo SICCAU que é uma informação pública, mas o CAU esconde essa informação! Falam pra procurar no portal da transparência, mas nem explicando diversas vezes que não tem informação precisa lá a respeito disso eles informam… informem aqui, pra todo mundo ler e saber qual é a empresa!
    E infelizmente, as respostas automáticas não respondem ninguém!

  2. QUERO CUMPRIMENTAR NOSSA PRESIDENTA NADIA SOMECK PELA SENSIBILIDADE E CORAGEM DE APONTAR PERSPECTIVAS DE UM FUTURO PROMISSOR E NESCESSÁRIO DIANTE DAS TRAGÉDIAS- ECONÔMICA, SANITÁRIA, SOCIAL E AMBIENTAL – QUE ESTAMOS VIVENDO NO MUNDO E NO BRASIL.
    É HORA DE MUDANÇA E DE INOVAÇÃO. A CRISE NAS CIDADES SE APROFUNDA COMO MOSTRAM OS DADOS. CONHECIMENTO E CRIATIVIDADE NÃO NOS FALTAM. VAMOS JUNTOS!

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