ARQUITETURA SOCIAL

Especialização em ATHIS é chave para avançar na atuação profissional

É necessário capacitar e especializar os arquitetos e urbanistas para trabalhar com Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social (Athis). Essa foi a ideia defendida pela professora do curso de pós-graduação da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Angela Gordilho, durante apresentação no 21° Congresso Brasileiro de Arquitetos nesta quinta-feira (10/10). A arquiteta e urbanista apresentou seu projeto-piloto de implementação de residência profissional nos cursos de Arquitetura e Urbanismo da UFBA. A sessão ocorreu no Centro Cultural da UFRGS e contou com mediação da presidente do Sindicato dos Arquitetos no Estado do RS, Maria Teresa Peres de Souza.

 

Foto: Vitorya Paulo/FNA

 

Angela contextualizou a Lei 11.888, da Athis, no cenário brasileiro. “No Brasil, temos que enfrentar a qualidade da cidade como um todo. O social, para mim, é maior que o conjunto habitacional”, pontuou. Nesse sentido, a professora questionou a quantidade de profissionais formados na área contra o percentual de brasileiros que contratam os serviços de Arquitetura e Urbanismo: “Temos 150 mil arquitetos e só 7% dos brasileiros contrataram alguma vez na vida um arquiteto. Tem algo errado aí”, opinou. Por essa razão, para Angela, é necessário que se crie residências profissionais nos cursos de Arquitetura e Urbanismo, como existe na Medicina, com foco em Athis, para ampliar o mercado. “Estamos sendo banidos do nosso campo de trabalho e as periferias estão abandonadas”.

 

Outro ponto importante destacado pela professora foi a necessidade de criar uma sistemática de políticas públicas voltadas à habitação social para impulsionar tais iniciativas. A opinião foi compartilhada pela presidente do Saergs. “Se não houver política pública, não há recursos. Sem recursos, não tem como fazer assistência técnica”, frisou Maria Teresa. Para ela, é preciso estar atento ao perfil dos arquitetos e urbanistas que são formados nas universidades que, em sua maioria, enfrentam dificuldades ou desinteresse em trabalhar com as classes econômicas desfavorecidas.

 

Compondo o debate, a diretora da Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (FeNEA) Francieli Franceschini Schallenberger levantou questões internas dos estudantes universitários sobre o assunto e afirmou que é essencial que as universidades promovam canais de debates e proposições concretas para o futuro da Athis. Segundo Francielli, uma das grandes dificuldades dos alunos é enxergar a ampla gama de atuação que os profissionais da Arquitetura e Urbanismo possuem quando se formam, o que acaba afunilando as possibilidades, situação agravada pela falta de políticas públicas na área. “A gente não chega onde precisa chegar para ser atuante”, destacou.

 

Fonte: FNA

3 respostas

  1. Ótimo, e ideal se for sem politização como até então tenho visto..digo só vai pra frente se tirar militância de uma iniciativa sofisticada como essa. Tentei implantar num municipio com 30 mil habitantes e a representante da ONU perguntou se tinha vinculo com as prefeituras. Falei que era super simples fazê-lo mas o que pedia eram as diretirzes para implantar pois tinha estrutura fisica e de pessoal apenas esperando ávidos por começar e foi jogado um balde de água fria, então se quer fazer algo legal ou politizar? bem é isso!

    1. Interessante sua colocação. Estou pensando em me aprofundar no assunto, mas o que você disse é muito verdade e merece ser levado em consideração.

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