ARQUITETURA SOCIAL

Estudantes catarinenses vencem competição internacional na Colômbia

Uma proposta urbana sustentável de edificações habitacionais multifamiliares para a cidade de Buenaventura, na costa colombiana, rendeu prêmio para um time que teve participação de estudantes e docentes de Santa Catarina. O concurso Solar Decatlhon Latin America & Caribe (SDLAC) reconheceu o trabalho da equipe Minga, composta por alunos e professores de Arquitetura e Urbanismo da UFSC, do Instituto Federal de Santa Catarina e da Pontificia Universidad Javeriana Cali (PUJ-Cali).

 

 

 

A Solar Decatlhon é uma competição bienal multidisciplinar entre universidades de todo o mundo, promovida pelo Departamento de Energia Norte Americano. Nela, alunos orientados por professores trabalham juntos para a concepção e execução de uma casa solar sustentável. A edição colombiana realizada em dezembro do ano passado foi a primeira da América Latina. Saiba mais

 

Residência considerou os costumes locais. É muito comum encontrar famílias estendidas morando juntas na região. A unidade pode abrigar até duas famílias, com áreas compartilhadas (cozinhas e estar) e independentes para cada família (banheiro e sacadas). A unidade tem 76m2 para uso de até 8 pessoas. Os espaços foram pensados de forma flexível: os quartos podem ser divididos; e a conformação do estar pode ser mudada com elementos móveis e flexíveis que servem como divisor do ambiente, e/ou como elemento de sombreamento. A estrutura modular também permite acomodação de uma área de trabalho/comércio em um dos ambientes, com possibilidade de renda para as famílias.

 

 

 

Para definir o projeto, os estudantes e professores levaram em consideração os contextos geográfico, ambiental e social de Buenaventura. “Edificações desenhadas e construídas hoje têm um período estimado de vida útil de, no mínimo, 50 anos. Neste período podem ocorrer alterações, que vão desde a composição familiar até as influências das mudanças climáticas em relação ao aumento das temperaturas, e de forma específica em Buenaventura ao aumento do nível do mar. Um dos critérios do projeto do Team Minga foi prever uma edificação que considera-se essas mudanças”, explicam os realizadores.

 

 

Todos os consumos energéticos do protótipo construído foram estimados para serem supridos com energia renovável, tanto pelo sistema de aquecimento de água, quanto pelo sistema de energia fotovoltaica, o que fazem da casa MINGA, uma proposta de caso com consumo de energia zero. Foto: Divulgação

 

Durante dois anos, a equipe brasileira ofereceu suporte à equipe colombiana nas decisões de projeto. Após trabalhos conjuntos nas disciplina de atelier de projeto e de eficiência energética, os estudantes construíram um protótipo que foi aberto a visitação no evento de premiação.

 

 

Estudantes brasileiros permaneceram mais de um mês em Cali, onde participaram da construção do protótipo. Foto: Divulgação

 

 

O trabalho venceu nove das dez categorias da competição, com destaque para o 1º lugar em sustentabilidade, eficiência energética, consumo energético e funcionamento da unidade representada em protótipo ; 2º lugar em urbanismo e 3º lugar em conforto e em arquitetura. A proposta também foi selecionada para a XXVII Bienal Colombiana de Arquitectura e Urbanismo, que acontece entre 18 e 28 de novembro de 2020 no formato on-line em função da pandemia da Covid-19.

 

 

O principal elemento de construção é a madeira laminada colada foi escolhido pela sua integração com o entorno e pelo menor impacto ambiental deste material. Foto: Divulgação

Conheça a equipe:

Coordenação geral do projeto: Arq. Iván Osuna (PUJ Cali, Colômbia)

Equipe brasileira:
Coordenação: Arq. Ana Ligia Papst de Abreu (Eng. Civil/IFSC), Arq. José Ripper Kós (Arquitetura/UFSC) e Arq. Maria Andrea Triana (LabEEE/UFSC).

Alunos Decatletas: Gabriela Peglow Harthmann (Arquitetura/ UFSC), Lorrany Mendes (Eng. Civil/UFSC), Lucas Fernandes (Arquitetura/ UFSC), Luis H. Pavan (Arquitetura/ UFSC), Rodrigo Cruz Moraes (Arquitetura/ UFSC)

Professores e pesquisadores colaboradores: Arq. Lucas Sabino Dias (Arquitetura/UFSC), Arq. Renata De Vecchi (LabEEE/UFSC), Eng. Roberto Lamberts (LabEEE/UFSC), Arq. Rogério Versage (Eng. Civil/IFSC), Eng. Samuel Luna de Abreu (Eng. Mecânica/IFSC). Eng. Saulo Guths (Eng. Mecânica/ LabEEE/UFSC)
Alunos colaboradores: Maísa Jordan (Arquitetura/UFSC), Mariana E. Amorim (Eng. Civil/UFSC), Rafael T. H. Feuerharmel (Eng. Civil/IFSC), Tiago Quevedo (Eng. Civil IFSC e LabEEE/UFSC).

 

 

Saiba mais no site do projeto: https://www.mingahouse.edu.co/

Uma resposta

  1. Vencer um projeto sustentável como matéria prima a madeira é muito estranho nos tempos atuais em que estamos lutando contra o desmatamento e com tantos outros materiais que podem substitui-lo.

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