ARQUITETURA SOCIAL

Live reforça a importância da arquitetura para o acesso e preservação da saúde

O CAU Brasil iniciou nesta quinta, 8 de julho, uma nova fase na campanha Mais Arquitetos, que tem a missão de divulgar a Lei da Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social (Lei 11.888/2008). Após incluir influenciadores digitais e arquitetos que atuam diretamente com a ATHIS, a campanha lança a segunda temporada da série de lives “Moradia digna é um direito de todo brasileiro” com a participação de profissionais de saúde. A doutora em Saúde Pública pela USP, Raquel Marques, e a médica de família e comunidade Mayara Floss foram as primeiras convidadas para o debate, que teve como mediadora a conselheira federal pelo estado de Santa Catarina e vice-presidente do CAU Brasil, Daniela Sarmento.

 

Assista no Youtube:

 

 

 

Doutora em Saúde Pública pela USP, Raquel Marques também é codeputada pelo estado de São Paulo. A política institucional foi uma consequência de anos de militância. Raquel faz parte da luta nacional pelo direito ao parto humanizado, um tema que ganhou espaço no  Brasil nos anos 2000, quando as brasileiras passaram a questionar a medicalização da parturição. “A arquitetura está nisso também por que precisamos de uma ambiência hospitalar obstétrica adequada para oferecer o parto humanizado, espaço para deambular (para as mulheres caminharem e assim estimular o parto), lugar agradável onde possam ficar em privacidade com seu acompanhante…” exemplificou.

 

Tanto os avanços nos procedimentos de parto humanizado no Brasil quanto o cuidado à saúde da família foram potencializados após a institucionalização do Sistema Único de Saúde. Raquel Marques fez um resgate da história do programa que coloca o Brasil entre os poucos países do mundo que oferece pleno acesso aos serviços de saúde, ao lado do Canadá, Espanha, Portugal, Dinamarca, Suécia, Cuba, Reino Unido e Finlândia. Segundo a convidada, 70% da população brasileira é 100% dependente do SUS, enquanto 25% usa o sistema privado mas também se utiliza dos serviços oferecidos pelo SUS por meio das vacinas, fiscalização sanitária, socorro de emergência, entre outros. “O SUS é uma garantia mínima de dignidade e está ameaçado pelo sufocamento financeiro provocado pela Emenda Constitucional 95, que congelou os investimentos; e a privatização.  Temos um direito à saúde que precisamos consolidar e também precisamos ir atrás dos outros direitos, como a habitação, o transporte”, afirmou.

 

Mayara Floss fez uma defesa da presença do arquiteto nas equipes de saúde da família. “Ao invés de criar um aparato separado, por que um arquiteto não integra as equipes nos postos de saúde, nas visitas às casas? Esse movimento da arquitetura pra dentro dos serviços de estratégia da atenção primária é também uma forma de fortalecer o SUS” afirmou a médica. “A sociedade que temos hoje não existiria sem o SUS. Teríamos muito mais mortes nesta pandemia”, afirma a médica, que como tantas profissionais de saúde, está na linha de frente do enfrentamento da covid-19. Ela fez uma provocação para que a sociedade faça uso e fortaleça o sistema participando dos conselhos locais de saúde. “Se as pessoas que tem comida no prato, acesso a educação, internet não ocuparem os espaços, quem fará isso?”, perguntou.

 

A conselheira Daniela Sarmento também estimulou o debate a respeito da questão ambiental e seus efeitos sobre o planeta, casa de todos, dimensão que vem provocando a adequação dos ambientes projetados pelos arquitetos no cotidiano. Segundo Mayara Floss, ocorrências como queimadas, poluição, contaminação do solo e das águas já impactam na saúde da população de maneira clara. “A gente já sofre estas consequências em todas as regiões do Brasil, não é só no Canadá que acontece (que registrou mortes em função de temperaturas recorde nos últimos dias)”, afirmou a médica, que também pesquisa sobre saúde planetária.

 

 

Além do Youtube, a live também está disponível no Facebook. Assista aqui.

 

Mais Arquitetos

 

A campanha Mais Arquitetos é uma ação do CAU Brasil pela promoção do acesso à moradia e divulgação da Lei 11.888/2008, que reforça o acesso à assistência técnica para habitação de interesse social para a população de baixa renda. Como parte da campanha, a série Moradia digna é uma questão de saúde pública amplia o debate sobre o tema junto à sociedade. A primeira temporada, realizada no mês de junho, exibiu conversas ao vivo com a participação de influenciadores digitais que produzem conteúdo dirigido às populações de baixa renda e arquitetos experientes no campo de atuação da ATHIS.

 

Assista todos os episódios no canal do CAU Brasil no Youtube

 

Outra ação da campanha é o hotsite https://caubr.gov.br/moradiadigna, onde o CAU Brasil disponibiliza uma série de documentos e informações práticas para os diferentes públicos interessados no avanço do acesso à moradia no país, entre eles, o Mapa da Arquitetura Social no Brasil.

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