EVENTOS

Mesa redonda aponta caminhos para Cidades Resilientes

 

O debate “Cidades Resilientes: quais caminhos percorrer?” encerrou a programação de mesas redondas do Seminário de Meio Ambiente nesta sexta-feira, 9 de setembro. A partir de diferentes vivências e experiências, os convidados ofereceram perspectivas e sugestões para a composição do Projeto Amazônia. Participaram da mesa o  Professor da UFAC, Irving Foster Brown; o Tenente Coronel da Defesa Civil da Prefeitura de Rio Branco, Cláudio Falcão; a integrante do Comitê do Plano de Gestão da APA Lago Amapá,  Alieth Maria; e a Professora de Pós Graduação do IAU-USP, Luciana Schenk. A professora da UFPA, Ana Cláudia Cardoso foi a mediadora do debate, que também contou com a relatoria da Conselheira Federal do CAU/BR, Alice Rosas.

 

Doutor pelo Departamento de Geologia da Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos, Irving Foster Brown é pesquisador Instituto Oceanográfico de Woods Hole (WHOI) e do Parque Zoobotânico da UFAC, onde coordena o projeto MAP-Resiliência. A região MAP é a união de três Estados dos três países: Madre de Dios, no Peru; Acre, no Brasil; e Pando, na Bolívia.Ele apresentou uma coletânea de dados para desenhar o atual quadro das perspectivas ambientais diante do antropoceno, termo que designa o período recente no Planeta Terra, marcado pelo intenso impacto humano. Segundo o professor, as mudanças climáticas em aceleração já vêm sendo observadas pelas populações amazônicas há mais de dez anos. 

 

Engenheiro de formação, o professor apontou, ao final de sua intervenção, exemplos de contribuições que os arquitetos e urbanistas podem oferecer para desenhar cidades mais adaptadas a uma realidade de eventos climáticos adversos. “As cidades e habitações são fundamentais neste processo” alertou. 

 

Se entre agosto e setembro os efeitos das queimadas acometem territórios, a fauna e a flora e a saúde humana no Acre, em novembro as intensas chuvas e inundações desabrigam a população. Em ambas as situações, a Defesa Civil é convocada para oferecer socorro e minimizar os efeitos dos eventos climáticos no território. O Coronel da Defesa Civil da Prefeitura de Rio Branco, Claudio Falcão, foi convidado a relatar o  trabalho deste mecanismo na gestão de riscos e desastres. “Estamos em situação de emergência climática e a defesa civil trata das consequências. Montamos operações de guerra para minimizar os impactos e dar respostas à sociedade”, explicou.

 

O coronel reconheceu a importância do planejamento para ações efetivas de combate aos efeitos da ação humana no ambiente, mas alertou para a necessidade da produção de ações práticas. “Somos imediatistas, precisamos de ação de longo prazo. É muito importante planejar. Mas só tem sucesso com ação”, finalizou.

A terceira apresentação da mesa redonda ficou a cargo da integrante do Comitê do Plano de Gestão da APA Lago Amapá, Alieth Maria. A Área de Proteção Ambiental Lago do Amapá foi constituída oficialmente em 2005 e tem mais de 5 mil hectares de território do bioma da floresta amazônica. Desde 2016, Alieth Maria passou a se envolver na tarefa de representar a comunidade na gestão da APA. A palestrante apresentou um levantamento das principais garantias legais  que asseguram a área e também denunciou as investidas do setor imobiliário sobre o território de preservação. 

 

A última convidada da mesa a falar foi a professora de Pós Graduação do Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos (IAU-USP), Luciana Schenk. Presidente da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP), a professora trouxe o conceito do planejamento a partir da paisagem para ampliar a percepção sobre o espaço. “A paisagem é o lugar onde os campos disciplinares podem se encontrar”, afirmou. Diante desta referência, afirmou Luciana, a bacia hidrográfica passa a ser a unidade de planejamento da arquitetura, permitindo múltiplas leituras sobre o território.  A professora apresentou mapeamentos resultados de pesquisas desenvolvidas no IAU-USP que permitem a percepção de diversos aspectos socioambientais para a proposição da ocupação dos territórios. “É preciso criar espaços educadores para que a população veja a temporalidade passar”, afirmou a professora, apontando iniciativas que promovam a caminhabilidade e o encontro com a natureza.

 

A mesa foi encerrada por uma breve fala da mediadora, professora Ana Claudia Cardoso, e a recitação de uma poesia pela  coordenadora do projeto Rede Amazônia, Myrian Cardoso. Myrian também participou do primeiro debate da Semana do Meio Ambiente, na quinta, 8 de setembro.

 

SOBRE O SEMINÁRIO

 

O Seminário Nacional de Meio Ambiente – Urbanização e mudanças climáticas: desafios para cidades resilientes na Amazônia é uma realização do CAU Brasil através da Comissão de Política Urbana e Ambiental. O evento acontece entre 8 e 10 de setembro no auditório do Sebrae em Rio Branco, no Acre, e faz parte da agenda de encontros regionais promovidos pela CPUA. Com o Seminário, o CAU pretende posicionar os arquitetos e urbanistas brasileiros diante de temas estratégicos para a preservação da Amazônia. O principal objetivo é a estruturação do Projeto Amazônia, uma proposta de ação a ser apresentada ao Congresso Internacional UIA 2023, em Copenhague/DK. Parte da programação poderá ser acompanhada ao vivo. Os vídeos das transmissões ao vivo e todas as informações estão disponíveis no hotsite www.caubr.gov.br/seminariomeioambiente

MAIS SOBRE: EVENTOS

NOTÍCIAS EM DESTAQUE

EVENTOS

Patrícia Sarquis Herden é presença confirmada no 3º Fórum Mundial Niemeyer 

EVENTOS

Inscrições abertas para o Fórum Urbano Mundial

EVENTOS

World Architecture Festival (WAF) recebe inscrições com desconto até 28 de março

EVENTOS

Estão abertas as inscrições do 7º Congresso Internacional de Arquitetura da Paisagem

Pular para o conteúdo