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Mudanças nas cidades passam pela humanização e democratização dos espaços

O papel dos arquitetos e urbanistas, habitação, sustentabilidade, mobilidade e a agenda ambiental para reestruturar as cidades no pós-pandemia foram temas da segunda “live” do ciclo Novas Cidades 2021, realizada dia 14 e promovido pelo CAU/BR e mais entidades da Arquitetura e Urbanismo: ABAP; ABEA; AsBEA; FNA; IAB e FeNEA.

 

 

 

 

 

Os debates têm o propósito de reunir propostas de diversos segmentos da sociedade para a elaboração da Carta para as Cidades, que será entregue aos candidatos às eleições municipais de novembro próximo. O ciclo tem o apoio do portal UOL (canal ECOA – Por um mundo melhor) e debaterá até 28 de julho, temas relacionados com o futuro e a infraestrutura das cidades.

 

 

No desenvolvimento sustentável das cidades, tanto no atual momento como no pós-pandemia, os arquitetos e urbanistas que trabalham em prefeituras tem papel relevante, segundo o professor e arquiteto e urbanista José Júlio Ferreira Lima, um dos convidados da “live”. “Numa cidade sustentável, principalmente neste momento, é fundamental que esse profissional compreenda o seu papel, pois será mediador, propositor e articulador na busca do equilíbrio entre o desafio social e as soluções técnicas, que relacionam o espaço nas suas mais variadas escalas”, avalia.

 

 

 

 

Mas a sustentabilidade das cidades deve ser justa e democrática, como propõe a líder do Movimento dos Sem-Teto do Centro (MSTC) de São Paulo, Carmen Silva. A pandemia, segundo Carmen, veio reverberar o que os movimentos sociais “sempre gritaram”: tudo passa pela moradia. A solução do problema, diz , é a atuação em rede com a sociedade civil, investidores financeiros, poder público e, principalmente, com a participação popular.

 

A líder comunitária enfatizou que não é preciso criar mais nenhuma solução inovadora para resolver os problemas das cidades, mas que o conjunto de leis e intervenções urbanas existentes precisam ser executados. “Em ano eleitoral muitos estão preocupados em criar soluções inovadoras, mas não é preciso criar mais nada. Temos que ter plano de Estado e não de governo”, alertou.

 

“Uma sociedade democrática é onde as pessoas diferentes podem se encontrar, interagir, trocar ideias e percepção de mundo” avalia o ex-diplomata e fundador do URBEM Philip Yang. Para ele, a pluralidade de espaços é algo que deve ser conquistado. “Temos que lutar por uma visão universalista do espaço”, completou.

Philip Yang também falou da democratização do território urbano. “Temos que convencer a nós mesmos de que a pluralidade de espaços de convívio é uma coisa que a gente tem que conquistar”, disse. “Historicamente, todos os espaços acabam se hierarquizando, do ponto de vista de valor, por uma tendência humana e da economia de mercado. Por isso é tão difícil nos opormos. Mas como seres racionais temos que ver: a gente quer isso?”

 

Contra novos guetos,  cidades separadas e  cada vez mais fragmentadas”, ele  propôs a reversão do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). Segundo Philip, o programa gerou uma distopia urbana. “Apelo para que façamos um esforço coletivo, envolvendo o CAU e outras instituições, para termos uma modelagem que caiba na cabeça dos governantes, nos movimentos por moradia, no mercado e que congregue uma iniciativa para solucionar esse problema que é tão grave”.

 

 

 

A deputada federal, Ângela Amin (PP/SC) ratificou a proposta de Philip sobre MCMV, reafirmando que o programa é equivocado e muito caro para o país. Para ela, é preciso humanizar a cidade como um todo e levar para os ambientes já instalados a integração social: creche, escola, posto de saúde e a preparação das famílias para o mercado de trabalho. “Vamos pensar a cidade como um todo e humanizar o que já está instalado ali”, defendeu.

 

 

A humanização das cidades foi tema recorrente nas falas dos participantes da “live”. Para que isso ocorra o arquiteto e urbanista José Júlio defende que a cidade seja “levada” para os territórios que não têm uma estrutura local, entre outras. “Muitas vezes o planejamento das prefeituras precisa entender o que está faltando nessas localidades”… “É importante que o próprio zoneamento, que a instalação de determinados equipamentos públicos possa atrair outros usos. É necessário que se faça um planejamento”.

 

 

A terceira “live” do ciclo será realizada na próxima quinta-feira, 16, às 18h30, com o tema “Governança e Financiamento”. Participe pelo canal do CAU/BR no Facebook ou pelo UOL (canal Ecoa ou YouTube).

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