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Nota de Pesar: CAU lamenta a morte do Arquiteto Frank Algot Eugen Svensson

 

Arquiteto Frank Algot Eugen Svensson (Foto: Arquivo pessoal)
Arquiteto e urbanista Frank Algot Eugen Svensson (Foto: Arquivo pessoal)

 

É com pesar que o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal – CAU/DF comunica o falecimento do Arquiteto Frank Algot Eugen Svensson. “É uma perda inestimável para a Arquitetura brasileira. Lembro de sua presença marcante na Universidade de Brasília, onde brilhou como professor de futuros Arquitetos e Urbanistas com sua voz pausada e forte. Politicamente ativo, sempre defendeu a nossa profissão com unhas e dentes. A Arquitetura Brasileira perde uma grande referência de engajamento profissional e comprometimento com a atuação profissional”, lamentou o presidente do CAU/DF, Arquiteto Daniel Mangabeira.

 

Nascido em 25 de setembro de 1934, em Belo Horizonte (MG), Frank Svensson ingressou no Partido Comunista Brasileiro aos 25 anos de idade e, quatro anos mais tarde, viria a trabalhar na Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) como Arquiteto. Graduado em Arquitetura pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ingressou na Universidade de Brasília (UnB) como professor em 1970. No entanto, por ter sido enquadrado na Lei de Exceção 477, do Ato AI5 do regime militar, foi proibido, em 1973, de lecionar e de ser servidor público na Universidade e no resto do país. Naquele ano, se mudou para a França, onde passou a dar aulas sobre Arquitetura na comuna de Estrasburgo e em Nancy.

 

Entre os anos de 1974 e 1975, integrou a equipe do Arquiteto e Urbanista Oscar Niemeyer na República Democrática e Popular da Argélia, na África. Ainda no continente africano, atuou como assessor do governo da República Popular de Angola para a formação em Arquitetura na Universidade Agostinho Neto, em Luanda, no período de 1980 a 1982.

 

Já na Suécia, o Arquiteto Frank Svensson deu aulas nas cidades de Gotemburgo e Lund e, em 1986, se tornou PhD em Arquitetura pela Universidade Técnica de Chalmers naquele país. Somente em 1988, foi reintegrado à Universidade de Brasília (UnB) como professor titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/UnB) – instituição na qual compôs o corpo de docentes até 2002 e onde foi pesquisador associado no período de 2003 a 2006.

 

Arquitetura

 

Seu pensamento arquitetônico procurava reiterar a importância da parceria entre o Arquiteto e a comunidade interessada, capaz de valorizar os elementos arquitetônicos e as formas de conceber os espaços por meio das características culturais locais. Para o professor, a Arquitetura deveria considerar o homem em sua integridade e reutilizar o repertório popular, os materiais e as técnicas dentro do mesmo espírito de simplicidade. Além disso, Frank Svensson buscou sempre provar que, por meio de soluções mais acessíveis, atingiria níveis satisfatórios tanto do ponto de vista técnico quanto do ponto de vista estético.

 

Muitos desses pensamentos estiveram publicados em obras que são referências em todo o país e no mundo. São elas: “Arquitetura – Criação e Necessidade” (EDUNB, Brasília, 1991) e “Visão de Mundo – Arquitetura” (Ed. ALVA, Brasília, 2001).

 

Militância e Livros

 

O Arquiteto Frank Svensson sempre esteve engajado na defesa da Arquitetura ao redor do mundo e de seus ideais como militante do Partido Comunista. Nas décadas de 70 e 80, ingressou no Partido Comunista Francês e no Partido Comunista Sueco. Em 2010, se candidatou a Governador do Distrito Federal pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), mas não se elegeu.

 

Apesar de sua vida profissional ativa e sua militância junto ao Partido Comunista Brasileiro desde 1959, encontrou tempo para traduzir publicações importantes na área para o Português. São eles “Estética marxista”, de Gunnarson; “A visão de mundo do marxismo”, de Ljungdal; “A arquitetura da relação cidade/campo”, de Cornell, e “Marx para apressados”, do austríaco Robert Misik.

 

 

Fonte: CAU/DF

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