CAU/UF

Nota do CAU/RJ: Tragédia no Ninho do Urubu é reflexo do descaso com projeto

 

O momento é de luto. Após temporal de quarta-feira, 6 de fevereiro, que deixou um rastro de destruição pela cidade, chamas consumiram alojamento dos atletas da categoria de base do Flamengo, com a morte de dez jovens e outros três internados em estado grave. Apesar da dor, não há como eximir a culpa dos responsáveis por abrigar atletas em estruturas temporárias, construídas ou adaptadas sem um responsável técnico habilitado. O descaso com as atividades de projeto e obra, inevitavelmente, levam a grandes perdas.

 

Os contêineres que serviam de dormitório no Centro de Treinamento George Helal, em Vargem Grande, não tinham autorização da prefeitura para tal função. Dados preliminares dos peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli indicam que um curto-circuito no ar-condicionado pode ter causado o incêndio, mas a perícia ainda está em andamento e não há uma avaliação final das causas da tragédia.

 

Infelizmente no Rio de Janeiro e no Brasil, há um desprezo total para com as atividades de plano e de projeto. A assertiva é evidente ao observar o nosso cotidiano, seja na reforma de um cômodo, na construção de um puxadinho ou mesmo de uma estrutura temporária. É no projeto que os problemas são identificados, os riscos são evitados e as soluções levantadas. Muito provável que, se os contêineres tivessem sido projetados para servirem de dormitório, Athila Paixão, Arthur Vinícius Freitas, Bernardo Pisetta, Christian Esmério e outros seis garotos não teriam a vida e os sonhos drasticamente interrompidos.

 

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ) cobra mais responsabilidade dos proprietários de obras, assim como dos órgãos públicos, na construção e reforma de edificações. Exigir projeto completo e o acompanhamento de obra por responsável técnico habilitado não é capricho, é dever. Quantas outras tragédias serão necessárias para perceberem algo tão óbvio?

 

Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro

 

Fonte: CAU/RJ

24 respostas

  1. E a norma NBR 16280? Quando vai virar lei? Aquela de reforma para evitar novas tragédias como do Edif. Liberdade no centro do RJ? Era empresa que nem profissional habilitado tinha.
    Os síndicos em geral estão c.. e andando, dá-lhe pedrecista para fazer o trabalho.
    E como deixar bombeiros que nem qualificação técnica (CREA ou CAU) tem para analisar projeto e fazer vistoria?
    Tudo errado.
    ALCIO DUARTE: vc tem razão! corretor tira 6%, advogado tira 30% da causa e nós? ficamos sujeito a pregão, ser contratado por menor preço.
    Será que contratariam o médico ou advogado por pregão?

    1. Makoto, nformamos que a fiscalização é realizada pelos CAU/UF, conforme determina a Lei 12.378/2010. Ao CAU/BR cabe promover as normas gerais de fiscalização e analisar possíveis recursos de processos já julgados pelo CAU/UF. Publicamos todos os dias ações de fiscalização dos CAU/UF aqui no Insta. Acompanhe!

      Saiba mais como funciona a fiscalização dos CAU/UF em https://bit.ly/2kTOUyT

      Para fazer uma denúncia, por favor clique em https://bit.ly/2C2zxhH

  2. É A VELHA HISTÓRIA DE APROVAR UM PROJETO E EXECUTAR OUTRO…
    .
    O “Projeto” que foi aprovado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, (diga-se de passagem, mais parecia uma simples representação gráfica da implantação dos blocos no terreno), indicava uma área destinada a estacionamento, no local onde estavam instalados esses MALDITOS CONTÊINERES INSALUBRES que serviram como DEPÓSITOS DE GAROTOS !!! Garotos que tinham sonhos…
    .
    A Prefeitura deveria ter constatado através da FISCALIZAÇÃO, a ocorrência dessa FRAUDE em relação ao que havia sido anteriormente aprovado e em seguida, INTERDITADO esses MALDITOS CONTÊINERES INSALUBRES, simultaneamente com o CANCELAMENTO do “Habíte-se”… Simples assim.
    .
    Defendo que o ” Habíte-se” deveria ser um documento com prazo de validade…a ser renovado a cada 2 anos.
    .
    Para quem conservou a Edificação Regularizada ao longo desse período, essa renovação não seria nenhum problema.
    .
    Mas e se o proprietário fizer alterações no imóvel (como acréscimos de áreas por ex.) e depois vender ? A responsabilidade passaria a ser do comprador ?
    .
    Pois é … para evitar que isso ocorra por parte dos “espertinhos”, um imóvel só poderia ser comercializado com o “Habíte-se” em dia.

  3. Os módulos que se incendiaram fazem parte de um conjunto instalado em 2010 para começar o Centro de Treinamento. Estiveram lá por cerca de 18 anos, sem qualquer licença, abrigando não apenas o time profissional, como também boa parte da imprensa que agora chama os módulos de “puxadinho” e de “improviso”. Há diversas reportagens na internet elogiando especificamente o “módulo da imprensa” e fotografando partes do conjunto decoradas com as logomarcas e cores do clube, em que aparecem os alvos das chamas.
    É possível encontrar dezenas de fornecedores de módulos habitáveis, equipados para os diversos fins, como alojamento, escritório, sanitário, vestiário, depósito, etc. Vários deles mencionam a especificação de isolamento termo-acústico criminosamente feito com isopor (“EPS”), mas quem forneceu os que se incendiaram jura que eram isolados com “poliuretano resistente ao fogo”.
    Ouvi falar disso em duas ocasiões, neste e em outro incêndio, sempre tentando eximir da culpa a espuma de poliuretano, extremamente inflamável em suas versões comuns.
    Há um ou dois anos, uma grande parte dos módulos foi retirada para dar lugar ao canteiro da obra definitiva do centro de treinamento, largamente anunciada e saudada pelo clube e pela mesma imprensa. Ao que tudo indica, esta nova edificação, recentemente inaugurada, é que deve certidões aos Bombeiros do RJ para obter seu Certificado de Conformidade, e que tem sido alvo das supostas “30 multas” da Prefeitura do Rio.
    Ou seja, o que pegou fogo nunca teve licença alguma para ser construído e/ou funcionar.
    O fabricante dos módulos incendiados e todos os demais, especialmente a turma do “EPS”, passa longe de qualquer responsabilidade técnica pelo que põe à venda.
    O edifício novo tampouco poderia estar funcionando.
    Mas todos que agora cobram responsabilidades e caçam culpados conviveram com esses “detalhes” e convivem com milhares de outros semelhantes o tempo todo.
    Para onde quer que tenham ido, que sejam melhor recebidos e tratados os da lama, os da chuva, os do fogo e aquele do ar, que parece ter ido junto para não parar mais de denunciar a tragédia os demais até o fim dos tempos.

  4. O Álcio comentou o fato de o projeto custar 3% e a corretagem 6%, porem, cabe lembrar que que o projeto se dá sobre o valor estimado da obra que é menor que o real e a corretagem se dá sobre o valor comercial de venda, ou seja, envolve terreno, construção e valorização comercial. Realmente sempre estivemos mal.

  5. O que vejo, inclusive na resposta do CAU ao colega Pericles Martins, que todos os órgãos oficiais se escondem atras da legislação para mascarar sua omissão. Bombeiros alegam que não foram chamados para vistoriar aquelas instalações, a prefeitura do Rio alega que multou, mas não tem poder de interditar!!! aquelas instalações… CAU só cabe promover normas… É muito parecido com uma corrida olímpica de bastão, onde todos os envolvidos esquecem o bastão…

    1. Willi, Nessa estrutura federativa, o CAU/BR é a instância normativa e recursal. Ou seja, aprova as normas que regulam a profissão, como as atividades que só podem ser realizadas por arquitetos e urbanistas, o Código de Ética e as Tabelas de Honorários; e julga em grau de recurso os processos realizados pelos CAU/UF. É composto por 27 conselheiros federais, representantes de cada uma das unidades da federação brasileira e mais um conselheiro representante das instituições de ensino superior de Arquitetura e Urbanismo. Os CAU/UF são as instâncias executivas do CAU, às quais cabem as ações de atendimento e orientação direta aos arquitetos, assim como as de fiscalização sobre a prática profissional da Arquitetura e Urbanismo. Cada unidade da federação possui um conselho próprio, de modo que todos os arquitetos e urbanistas brasileiros tenham garantido atendimento de qualidade em todo o território nacional. Autarquias federais só podem fazer o que a lei lhes delega, e o CAU/BR e os CAU/UF têm atribuições diferentes. Saiba mais em https://bit.ly/2ADbSBd

      Para entrar em contato com o CAU/RJ envie e-mail para [email protected]

  6. Sempre foi e não vai muda só com uma parceria dos conselhos, prefeitura,bombeiros e demais.a vida a cima de tudo.(o CAU/RJ só serve para arrecadar dinheiro) fiscais voluntário e a saída para CAU.

  7. Infelizmente os órgãos públicos não fiscalizam com eficiência e isso acontece já desde há décadas… não importam as tragédias, a ineficiência continua a todo vapor neste País, jogo de empurra nas apurações, promessas que não são cumpridas, prisões que não são efetuadas etc. Até quando…?

    1. Por falar em novo incêndio, NOSSA INSTITUIÇÃO, poderia nos informar como estão os processos de investigação do incêndio do Museu da Língua Potuguesa; do Museu Nacional do Rio de Janeiro; e da Boate Kiss! Seria construtivo que tivéssemos acesso aos processos, uma espécie de parceria , na qual poderíamos ajudar a “ encontrar “ os desvios ocorridos! Cruzando as informações dos projetos com as informações das licitações e principalmente do que foi realmente adotado na obra! Sabemos que a palavra SIMILAR, obrigada pela Lei 8.666, é uma porta de entrada de muitas irregularidades!

      1. Renate, agradecemos a atenção e informamos que a fiscalização é realizada pelos CAU/UF, conforme determina a Lei 12.378/2010. Ao CAU/BR cabe promover as normas gerais de fiscalização e analisar possíveis recursos de processos já julgados pelo CAU/UF.

        Para fazer a solicitação, pedimos que por favor entre em contato com a nossa Central de Atendimento:

        Chat: https://caubr.gov.br/atendimento
        Telefones: 0800-883-0113 (ligações realizadas a partir de telefones fixos) e 4007-2613

  8. RECEBI A UNS DIAS ATRAS ESTA REFLEXÃO:
    “O CUSTO DE UM PROJETO DE UMA EDIFICAÇÃO FICA EM TORNO DE 3%.
    A CORRETAGEM DO IMÓVEL CUSTA 6%!!!!
    TEM ALGUMA COISA ERRADA, NÃO?”
    A SOCIEDADE A MUITO TEMPO ENTENDE “PROFISSIONAL DE ENGENHARIA E ARQUITETURA” COMO PREJUIZO E OBRIGATORIEDADE. NÃO ENTENDE COMO MENOR PREÇO FINAL DA OBRA.
    SOMOS PROFISSIONAIS NO QUE FAZEMOS, COM 20 ANOS DE ENGENHARIA TRABALHEI COM VARIOS E EXCELENTES ARQUITETOS E ENGENHEIROS….
    PROFISSÕES IRMÃS E QUE SE COMPLEMENTAM…..
    PARABENS PELA MATÉRIA.

  9. A POLÍTICA DO “SOU DONO DO TERRENO FAÇO O QUE EU QUERO”

    OU A ANTIGA CHAGA DAS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS.

  10. O maior problema não esta em fazer o projeto e ter um responsável técnico mas sim em aprovar o mesmo nos órgãos competentes tipo IMPLURB e Bombeiros, já tive varias situações em que o cliente ate desiste pela demora e burocracia, isto quando não tem que dar a célebre propina senão não sai mesmo. Em outras situações tenho clientes lutando por anos até que consiga uma licença de obra.Brasil né, com essa experiencia não consigo culpar apenas o clube.

  11. O Brasil é o país do puxadinho e do jeitinho. O brasileiro faz o puxadinho e depois dá um jeitinho para o provisório virar definitivo e o improvisado virar solução criativa. Arquiteto para quê? Projeto para quê? Engenheiro para cuidar da obra para quê? Fiscalizar para quê?

  12. Sem entrar no mérito da responsabilidade, acho que esse deve ser um problema geral, que são as análises de projetos e fiscalização de obras por parte dos bombeiros. Não raro, encontramos pessoas da corporação sem aptidão técnica fazendo a função de aprovar projetos e liberar obras. Muitas vezes observa-se certa irracionalidade em função das exigências, as vezes, tanto absurdas, quanto negligenciadas. Não faltam exemplos. Como profissional, arquiteto, apto a desenvolver e assinar um projeto preventivo, creio que todos dever estar cientes da responsabilidade e ter total autonomia para indicar o que for preciso para manter a segurança do local projetado, cabendo aos bombeiros apenas a função de fiscalizar, observando com bom senso as características de cada edificação, e que hajam em função de fiscalizar e prevenir neste sentido, não apenas criando barreiras burocráticas que se resumem em um maço de papeis que apenas apontam responsáveis, sem exercer efetivamente a proteção adequada às edificações e às pessoas. Penso também que o CAU deveria observar mais de perto como estão sendo analisados os projetos e liberados alvarás em prefeituras, bombeiros e demais órgãos, além, é óbvio, que cumpra a função de evitar e punir o exercício ilegal da profissão. Quanto aos colegas de profissão, que desenvolvam bons projetos e valorizem seu trabalho e suas capacidades técnicas!

  13. Ninguem obedece os projetos. E também não fiscaliza. Só cobra multa! O negócio é arrecadar.

  14. Aqui na Serra-Espirito Santo não é exigido (Pela prefeitura) nem o desenho interno do projeto (é feito uma hachura), quanto mais os complementares. É um absurdo!Torna-se difícil o cliente entender a necessidade dos projetos complementares (estrutural principalmente) quando a nossa prefeitura não quer nem saber.

  15. O CAU e tão respeitado que e imprensa se quer procura por alguém do conselho para entrevistar, entrevistam engenheiro, projetista, jardineiro…Existe profissão mais desvalorizada que a nossa?

    1. Igor, informamos que o CAU/BR promove diversas ações objetivando a valorização da Arquitetura e do Urbanismo no Brasil, por meio de campanhas publicitárias, diálogo institucional com o Governo Federal e Congresso Nacional, eventos nacionais e agora também ações de apoio à Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social. O Código de Ética, a Tabela de Honorários, Resolução sobre Atribuições Privativas dos Arquitetos e Urbanistas e Resolução de Direitos Autorais também são ações que visam valorizar a profissão e estabelecer as regulações básicas da Arquitetura e Urbanismo.

      O CAU/BR produziu o programa de rádio Arquitetura para a Vida, transmitido três vezes por semana em 39 emissoras, de 20 estados brasileiros. Ouça em https://bit.ly/2IH8YRY. A campanha do Dia do Arquiteto foi vista por mais de 100 milhões de pessoas. É realizada anualmente em TV aberta, rádio, jornais, internet e mobiliário urbano. Saiba mais em https://bit.ly/2SlgW3F

      O CAU/BR também oferece aos arquitetos e urbanistas e aos possíveis clientes de todo o Brasil a plataforma ACHE UM ARQUITETO, com informações sobre profissionais atuantes em todo o Brasil. É possível encontrar profissionais e empresas por nome, município, estado ou número de registro. Confira em https://acheumarquiteto.caubr.gov.br/

      Destacamos ainda que as ações de valorização da profissão tem ajudado o crescimento do mercado de Arquitetura e Urbanismo do Brasil. Nos primeiros seis meses de 2018, foram realizadas 5% mais serviços de Arquitetura e Urbanismo em comparação ao mesmo período do ano passado – totalizando 734.000 atividades. Considerando-se apenas o mercado de reformas, esse crescimento foi três vezes maior: 15%.

      Saiba mais em https://bit.ly/2KId7RV

    1. Pericles, informamos que a fiscalização é realizada pelos CAU/UF, conforme determina a Lei 12.378/2010. Ao CAU/BR cabe promover as normas gerais de fiscalização e analisar possíveis recursos de processos já julgados pelo CAU/UF.

      Saiba mais como funciona a fiscalização dos CAU/UF em https://bit.ly/2kTOUyT

      Para fazer uma denúncia, por favor clique em https://bit.ly/2C2zxhH

  16. exemplos de desprezo pela elaboração de projetos q ocasionam a execução da respectiva obra sem zelo e o cumprimento das normas técnicas vão ter continuidade com a demolição da ciclovia Tim Maia.
    projeto medíocre e execução incompetente resultando no prejuízo de 44 milhões!
    haviam alternativas de qualidade q foram descartadas…

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