CAU/BR

NOTA PÚBLICA DE MANIFESTAÇÃO DOS IMPACTOS DA MINERAÇÃO

No mês de maio, o CAU Brasil, juntamente com o CAU/AL, organizou o Seminário Reavivamento Espacial para tratar do “Caso Braskem” em Maceió, relativo ao processo de afundamento do solo causado pelos poços de mineração de sal, quando foram afetados em sua decorrência 15 mil domicílios, em uma área de 7% do território urbano da Maceió, obrigando a aproximadamente 70 mil pessoas deixarem seus lares. Uma catástrofe que dilacerou histórias de vidas, relações afetivas e a subsistência das pessoas a partir dos arranjos econômicos existentes na região.

 

Vivemos em um momento crítico em nosso país devido às mudanças climáticas que estão ocasionando sérios problemas de inundações e deslizamentos por todo o território nacional. Não distante destes fatos, nos chama a atenção com profunda tristeza e afetação os desastrosos impactos que a mineração tem causado em nosso País.

 

Bairros de Maceió (AL) afundados pela Braskem

 

 

Nossa visita a Maceió nos remeteu para um cenário de horror evidenciado pela desocupação de 07 bairros que se encontram hoje em um cenário de cidade fantasma. Nos perguntamos como estarão as vidas destas 70 mil pessoas que deixaram suas vidas para trás? Qual o destino de toda a área afetada pela mineração?

 

Em uma breve retrospectiva temos os casos dos rompimentos das barragens de Mariana e Brumadinho que deixaram rastros de expressiva destruição e pessoas que perderam suas vidas. No Rio Grande do Sul há a preocupação com a liberação de instalação da Mina Guaíba que ocuparia 5 mil hectares e seria a maior lavra de carvão a céu aberto do Brasil, afetando diretamente a comunidade indígena Mbya Guarani.

 

A ameaça de liberação para o ato da mineração na Serra do Curral, em Minas Gerais, é outro fato alarmante! A Serra do Curral está sendo alvo de licenciamento ambiental para futura mineração. Não se pode permitir uma ação predatória em uma área de expressiva magnitude de patrimônio ambiental e cultural.

 

Mineração na Serra do Curral, em Minas Gerais, ameaça o meio ambiente

 

É fundamental que exista um certo equilíbrio entre as extrações minerais e o ambiente natural do planeta. Assim como espera-se que a arquitetura tenha intrinsicamente relações harmônicas com o meio ambiente natural e a paisagem, é necessário que a mineração esteja situada em locais apropriados sem acarretar riscos para a população e danos massivos para os ecossistemas. Preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais do planeta é uma premissa para a vida na terra e para as futuras gerações.

 

O CAU/Brasil vem prestar solidariedade às quase 70 mil pessoas que deixaram seus lares em Maceió em decorrência do processo de mineração de sal, assim como direcionar uma atenção especial para qual será o futuro da área afetada.

 

Diante de tantos fatos alarmantes traduzidos em profundos impactos ambientais, sociais, econômicos e humanos, reiteramos o nosso compromisso com a sociedade brasileira e com a preservação do patrimônio ambiental e cultural de nosso Brasil.

 

Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil
Brasília, 07 de junho de 2022

 

*O CAU/MG publicou em maio uma manifestação contrária à exploração minerária na Serra do Curral. Considera que a autorização entra em choque com processo de tombamento que está em curso e apresenta sério risco para a região. Leia a manifestação do CAU/MG. 

5 respostas

  1. Resumindo o Cau/BR acabou com a profissão dos arquitetos! lamentável.

  2. CAU: uma entidade que existe com o único propósito de auto sustento e benefício dos que dela vivem. O resto é retórica, inócua.

    1. Olá, agradecemos o seu contato. Nesta nova gestão do CAU Brasil, estamos empenhados na modernização e inovação do SICCAU, na valorização da nossa profissão junto à população e na desprecarização do trabalho de arquitetos e urbanistas.

      O Programa “Mais Arquitetos”, por exemplo, foi criado para ampliar o mercado de arquitetura social no Brasil e estimular o trabalho de arquitetos e engenheiros em mais cada vez mais municípios. No ano passado, promovemos uma campanha nacional com influenciadores digitais que alcançou mais de 20 milhões de pessoas. Neste ano, teremos uma nova campanha, com ainda mais novidades! Aguarde!

      No Congresso Nacional, o CAU Brasil propôs um projeto de lei que cria o Microempreedendor Profissional (MEP), categoria tributária que reduziria os impostos pagos por arquitetos e urbanistas e outras profissões liberais. O MEP poderia ser usado por empresários com faturamento de até R$ 240.000 por ano, pagando apenas 5% de impostos sobre a sua receita bruta. Hoje, pequenos prestadores de serviço podem pagar até 15,5% pela tabela do Simples.

      No caso da Anuidade 2022, ampliamos a política de descontos considerando as dificuldades econômicas e de trabalho que arquitetos e urbanistas e empresas do setor estão enfrentando durante a pandemia de covid-19. Em 2023, haverá ainda mais descontos!

      ❗ Confira os resultados da Nova Gestão do CAU Brasil em 2021 em https://bit.ly/3mUkxY1

      ? Temos um canal direito para acolher sugestões, dúvidas e reclamações. que é a Ouvidoria do CAU Brasil. Ela é o canal de comunicação direto entre o cidadão e o CAU. Teremos enorme prazer em atendê-lo. Acesse https://caubr.gov.br/ouvidoria/

  3. Boa tarde;
    Prezados, os CAUs regionais e CAU/BR, deveriam se ater aos suas atribuições, não fazer política.

  4. A presente “nota pública de manifestação” do CAU ignora completamente a — cada vez mais importante — atuação dos profissionais arquitetos e urbanistas na gestão de ações preventivas e reparativas relacionadas ao patrimônio cultural impactado pelas manchas hipotéticas de inundação obtidas pelos estudos de Dam Break das centenas de estruturas existentes Brasil afora.

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