EVENTOS

Organizações internacionais promovem troca de experiências em Fórum do CAU Brasil

 

Experiências de diferentes países e regiões na promoção e regulamentação da Arquitetura e Urbanismo foram a atração principal do segundo dia do II Fórum Internacional de Conselhos, Ordens e Entidades de Arquitetura e Urbanismo. Organizações de arquitetos de todo o mundo apresentaram como a profissão de arquiteto é exercida sob diferentes regras e contextos regionais, no debate “Mobilidade Profissional e Transformações do Mundo Digital”. O II Fórum Internacional acontece na Embaixada de Portugal, em Brasília.

 

“São falas que nos inspiram a continuar a lutar pela Arquitetura no Brasil e no mundo. Me emociono muito com a diversidade que temos em nosso país, e hoje ainda fomos brindados com relatos de irmãos da América e da África, com vários pontos em comum que nos unem”, afirmou a presidente do CAU Brasil, Nadia Somekh. “Devemos seguir juntos, unidos. Com divergências, mas com unidade. Vamos buscar ações concretas e soluções.”

 

Para o presidente da União Internacional de Arquitetos (UIA), José Luis Cortés, essa união entre arquitetos presentes no evento é fundamental para enfrentar os desafios atuais. “Que estejamos unidos porque o único caminho que temos para cuidar do nosso planeta é a integração. Separados, não vamos conseguir ser percebidos. Vamos ter diferenças, somos plurais, mas o que nos une é a intenção de melhorar a Arquitetura e a qualidade de vida das pessoas. Não podemos perder isso de vista”, disse.

 

Presidente da União Internacional de Arquitetos (UIA), José Luis Cortés

 

O arquiteto mexicano destacou alguns princípíos básicos para a internacionalização. “Temos que melhorar a nossa profissão, nossos princípios éticos e o nível de responsabilidade. Á graduação é somente a base, Arquitetura é aprendida no exercício, no nosso desejo de superação. Se não nos atualizarmos, não seremos competitivos”, afirmou. “Para compartilhar experiências com outros países, temos que saber o que podemos oferecer. Temos que mostrar ao mundo as vantagens competitivas dos arquitetos brasileiros.”

 

NOVAS FRONTEIRAS
O presidente da Federação Pan-Americana de Arquitetos (FPAA), Gerardo Montaruli, falou da organização que representa arquitetos de 32 países da Américas. “Pretendemos uma possibilidade de hiperconexão na região. Fizemos um programa estratégico 2020-2024, com foco na busca permamente pela mobilidade, mais capacitação e formação”. O arquiteto argentino pretende transformar a associação em uma plataforma de big data, unindo universidades, biliotecas, museus e bienais de Arquitetura. “Podemos estabelecer um mapeamento do que acontece em nosso território”, disse.

 

Nos Estados Unidos, o National Council of Architectural Registration Board (NCARB), órgão que cuida do registro de arquitetos nos Estados Unidos, prepara um novo programa de mobilidade para profissionais de outros países possam trabalhar no país. A informação foi dada pelo vice-presidente de Experiência e Educação da entidade, Harry M. Falconer Jr, em paticipação por videoconferência. “Neste ano abrimos uma mesa de negociação com 13 organizações de nove países. “Muito importante e ajuda de todos para fazermos esta regulação internacional. Precisamos saber como podemos ter competências e uma técnica de avaliação que nos permita uma prática global”.

 

Presidente da Federação Pan-Americana de Arquitetos (FPAA), Gerardo Montaruli, entrega livro de 100 anos da entidade para a presidente do IAB, Maria Elisa Baptsta, e para a presidente do CAU Brasil, Nadia Somekh

 

O presidente da Federação de Colégios de Arquitetos da República Mexicana (FCARM), Marco Antonio Vergara Vásquez, falou do acordo de mobilidade profissional que o México tem com os Estados Unidos e Canadá. Assim, é comum que arquitetos e arquitetas mexicanas consigam registro nos demais países da América do Norte. “Atualmente, estamos trabalhando com a União Europeia e o Reino Unido em acuerdos de reciprocidade de registros.

 

O arquiteto português Rui Leão, presidente do Conselho Internacional dos Arquitetos de Língua Portuguesa (CIALP), destacou a experiência de arquitetos da África e de Macau que vieram ao Brasil para estágios internacionais em Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social (ATHIS). Desenvolvido pelo arquiteto brasileiro Gilson Paranhos, o programa trazia jovens arquitetos para fornecer serviços dentro das favelas de Brasília, junto com a equipe do Governo do Distrito Federal. “Queremos voltar a fazer programas como esse, porque permitui uma troca muito significativa entre profissionais”, disse.

 

De Portugal, o professor Hugo Farias, representante da Academia de Escolas de Arquitetura e Urbanismo de Lingua Portuguesa falou dos planos de internacionalização da entidade que congrega mais de 50 escolas do Brasil, Macau, Angola, Cabo Verde, Moçambique e Portugal. Neste ano, em dezembro, será realizado o V Seminário da entidade, em Brasília, e espera-se para breve um Concurso Internacionalde Arquitetura e Urbanismo para estudantes.

 

LIVRE CIRCULAÇÃO
Da África, o arquiteto guineense Fernando Teixeira apresentou a experiência da Ordem dos Arquitetos da União Econômica e Monetária da África Ocidental. Grupo reúne oito países: Benim, Burquina Fasso, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Mali, Níger, Senegal e Togo. “Temos quase as mesmas características: mesma moeda, livre circulação de pessoas e de profissionais em todos os países do bloco”, disse. “Queremos que as cidades preservem e melhorem aquilo que existe. Esperamos que o governos nos escutem.”

 

Apresentação da Regional de Arquitetos do Grupo Andino (RAGA)

 

Representando a Ordem dos Arquitetos da França, a arquiteta portuguesa Natalina da Costa falou do status atual da profissão naquele país. “Temos uma Lei da Arquitetura, que afirma o interese público da profissão. Somos 5.000 arquitetos, com uma idade média que está aumentando e hoje está na faixa de 51 anos de idade”, disse. “Proporção de mulheres aumentou de 16% para 30% nos últimos 20 anos. Abaixo de 40 anos essa média é de 49%.” Natalina destacou que, na França, os diplomas brasileiros não são reconhecidos, mas cidadãos europeus com diploma brasileiro, e que demonstrem ter experiência mínima profissional, pode pedir o registro na Ordem Francesa.

 

A arquiteta boloviana Rim Safar Sakkai representou a Regional de Arquitetos do Grupo Andino (RAGA), entidade que abrange profissionais da Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela. “Temos convênios com muitas faculdades de Arquitetura para ter mobilidade em relação a graduação e pós-graduação. Dentro dessa mobilidade, as chancelarias de cinco países estão trabalhando para ampliar a mobilidade também de profissionais”, disse.

 

O presidente da Federação de Colégios de Arquitetos da República Mexicana (FCARM), Marco Antonio Vergara Vásquez; e o conselheiro do CAU Brasil Jeferson Navolar, coordenador da Comissão de Relações Institucionais

 

Pelo Colégio de Arquitetos da Costa Rica (CACR), a presidente Ana Molina falou dos projetos digitais lançados pela entidade, como cursos virtuais, cursos presenciais e ferramentas de gestão, como o Administrador de Projetos de Construção (APC). Atualmente, o CACR está estudando a implementação de um exame de ordem como condição para o exercício profissional.

 

O arquiteto Alfredo Reyes Rojas, da Sociedade Colombiana de Arquitetos (SCA), falou que a entidade está propondo uma tabela de honorários para serviços de Arquitetura e Urbanismo, para ser usada tanto no setor público como no privado. “Estamos buscando também aprovar na Colômbia uma Lei de Arquitetura, tendo como referência a legislação espanhola”, afirmou.

 

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