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Podcast sobre Arquitetura e Sustentabilidade discutiu ações em favor do meio ambiente

 

No terceiro episódio do podcast Mais Arquitetra, o assunto foi como os arquitetos podem repensar suas ações em favor do meio ambiente. A conselheira do CAU Brasil Sonia Lopes bateu um longo papo com a arquiteta e urbanista Clara Queiroz, do Instituto Talanoa de Empreendedorismo e Arquitetura Sustentável, e o estudante Zacarias Ferreira, de São Paulo. Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, mobilidade urbana, resíduos sólidos e retrofit foram alguns dos temas abordados.

 

“Na minha graduação, senti muita falta de um olhar mais atento para a sustentabilidade. Existia um desconhecimento e até um certo preconceito com o termo”, afirmou Clara. “Quando a gente fala da melhor implantação de um edifício, principalmente pensando em insolação, e ventilação cruzada, isso já tem um viés social. De toda forma, sendo explícita ou não, a sustentabilidade sempre esteve dentro do fazer do arquiteto.”

 

Como ponto de partida, os convidados falaram dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, definidos pela ONU em 2015 com apoio de 195 países. “É um conjunto de propostas, de objetivos para serem alcançados”, explicou Sonia. “Como ser arquiteto e não conhecer os ODS, se nós trabalhamos justamente para o desenvolvimento das cidades? Me assusta as vezes em que a universidade ainda não está falando disso como deveria.”

 

Confira o episódio completo no Youtube:

 


O estudante Zacarias faz parte de um grupo de jovens que já nasceu com o chip da sustentabilidade. Ele contou sobre seu projeto de pesquisa, sobre requalificação urbana no metrô Capão Redondo. “São três diretrizes principais: caminhabilidade, paisagismo e também infraestrutura. A ideia é transformar o perímetro para que as pessoas abandonem o carro e passem a usar o transporte coletivo, que é um ponto da sustentabilidade”, contou. “Objetivo é deixar de emitir CO2, fazer com que as pessoas andem mais e utilizem transporte público.”

 

Para a arquiteta Clara, é preciso haver mais espaços de uso misto nas cidades. “O uso misto é um favorecedor de menores deslocamentos, facilita o transporte ativo, a cidade caminhável”, disse. “Um exemplo clássico é o centro do Rio de Janeiro, que foi planejado para ser uma zona 100% comercial. As pessoas fazem esse movimento pendular de ir para o centro trabalhar e depois voltar para suas casas. Então essa área da cidade fica movimentada durante 8 horas de 24 horas, e nos outros horários ela fica praticamente abandonada. Isso é uma questão de política pública de zoneamento.”

 

Zacarias lembrou que São Paulo recentemente aprovou uma lei de retrofit. “Talvez seja aí que a gente comece a perceber que os lugares vazios têm um potencial para acolher pessoas que não têm aonde morar”, afirmou. “A faculdade ainda não discute tanto, mas o retrofit é com certeza o caminho que temos que seguir no futuro”, apostou.

 

O estudante Zacarias Ferreira, a conselheira do CAU Brasil Sonia Lopes e a arquiteta e urbanista Clara Queiroz

 

Sobre resíduos sólidos, a conselheira Sonia lembrou que a indústria da construção civil é a segunda que mais polui por conta de resíduos. “Me parece que muitas vezes os arquitetos que estão trabalhando em obras menores acham que aquilo ali tem um baixo impacto ambiental, então não dão a devida atenção a isso”, apontou. “O problema é que são diversos projetos, com diversas demolições pequenas, e isso no final gera uma grande quantidade de resíduos”.

 

Clara destacou ainda o impacto das mudanças climáticas nas cidades. “Quem mais sente são as pessoas e comunidades que estão em situação de vulnerabilidade, são sempre os primeiros. Aqueles que habitam as encostas dos morros, as áreas alagáveis, próximas aos rios, nas periferias”, afirmou. “Quem menos emite carbono, quem menos contribui para a mudança do clima é infelizmente quem mais sofre com os efeitos. E a gente vê esses episódios se repetindo na região serrana do Rio de janeiro, no Recife… Dói saber que são perdas, questões que poderiam ser evitadas em grande parte com medidas de adaptação”.

 

Para ela, o arquiteto e urbanista, precisa ter noção de como ele tem um papel fundamental, ao fazer a coordenação com outros profissionais, áreas e setores para conseguir promover segurança e qualidade de vida para a população que vive nas cidades brasileiras.

 

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