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Coronavírus e as Cidades no Brasil: livro reúne reflexões sobre a pandemia

Ainda em meados de abril, quando o Brasil registrava poucos casos de contaminação pelo Covid-19, 40 profissionais, em sua maioria arquitetos e urbanistas, materializaram o projeto idealizado pela arquiteta e urbanista e conselheira do CAU/RJ, Leila Marques, reunindo visões diversas sobre os efeitos da pandemia nos territórios e na população brasileira.

 

 

 

O resultado deste trabalho é o livro Coronavírus e as Cidades no Brasil: reflexões durante a pandemia, que segundo um dos coautores, o arquiteto e urbanista e conselheiro do CAU/RJ Paulo Niemeyer, será fundamental quando se pensar na Arquitetura e no Urbanismo em 2021 e no futuro. Os artigos de quatro profissionais foram o tema da live realizada dia 29, no canal do YouTube Arquitetura em movimento debates.

 

Na época em que o livro foi elaborado, cada profissional apresentou em artigo sua visão sobre a cidade, em especial do Rio de Janeiro, a pandemia e a proliferação do vírus nos territórios. O arquiteto e urbanista e conselheiro federal do CAU/BR, Carlos Fernando Andrade, apontou, já naquela época, que o Covid-19 se disseminaria na população de baixa renda da cidade carioca, exatamente como constatamos hoje. No livro, Carlos Fernando fala sobre o que denomina de “descidades”, que são cidades que estão crescendo com outros valores, diferentes daqueles conhecidos por todos, e onde a “desurbanização” é crescente.

 

No debate virtual, Paulo Niemeyer disse acreditar que a mobilidade e a acessibilidade no pós-pandemia vão melhorar, pois questões como calçadas e ciclovias precisam ser incluídas nas cidades para que as pessoas não dependam tanto dos carros. Sobre a orientação de ficar em casa vivida pelos brasileiros, o arquiteto e urbanista destacou as desigualdades de oportunidades e as diferenças das classes sociais, comparando o isolamento das comunidades periféricas de baixa renda a “cárceres privados”, pois as pessoas estão confinadas sem condições de sobrevivência.

 

A arquiteta e urbanista. especialista em patologia de edificações e professora de Turismo, Simone Feigelson, também foi uma das colaboradoras do livro. Em seu artigo, apresentou as grandes dificuldades enfrentadas pelo setor do turismo com a pandemia e sua relação com as cidades. Para ela, no pós-Covid-19 será fundamental pensar cidades planejadas para que todos tenham qualidade de vida. Ela acredita que teremos um período muito difícil no pós-pandemia, mas que conseguiremos nos reerguer de uma forma melhor como aconteceu com várias cidades depois de pandemias. Simone destacou ainda, a preocupação com os espaços verdes que estão abandonados na cidade do Rio de Janeiro, que precisarão ter seu uso repensado, garantindo-se para as pessoas a devida segurança para andarem a pé e de bicicleta.

 

No início da pandemia, ao ouviu as recomendações de ficar em casa, lavar as mãos e abrir as janelas da residência, o arquiteto e urbanista e conselheiro do CAU/RJ, Rogério Cardeman esboçou seu artigo pensando naqueles que sequer têm água em casa, residem em espaços reduzidos e sem condições de aeração. Seu texto foca no desenho urbano como uma questão muito importante do planejamento urbano. Ele apresenta o desenho urbano como uma forma de trazer um pouco de justiça social ao espaço urbano.

 

Rogério Cardeman destacou ainda o distanciamento do plano diretor da cidade (no caso, do Rio de Janeiro). “Estamos muito distantes disso e acho que este é o momento para falarmos mais da escala da rua e de onde a gente está”, avalia. Ele defendeu o planejamento urbano como fundamental para que a cidade não tenha um crescimento aleatório e que os serviços atendam toda a população.

 

No canal Arquitetura em movimento debates a arquiteta e urbanista Leila Marques convidará também discutirá os artigos dos demais coautores do livro. Acompanhe a programação.

 

Acesse outras resenhas de webinars e debates sobre CIDADE E HABITAÇÃO PÓS-PANDEMIA em: https://caubr.gov.br/lives-e-webinars-especial-o-futuro-das-cidades-e-habitacoes-pos-pandemia/

 

 

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2 respostas

  1. Otima a matéria.
    Só peço a gentileza de corrigir que a Simone Feigelson é ARQUITETA, conselheira do CAU RJ, como todos os convidados desse primeiro encontro; ela é doutora em Engenharia.
    O proximo encontro será com arquitetos autores de cidades fora do Rio de Janeiro.
    E também já está agendado outro encontro com autoras que falam da pandemia e como afetam as mulheres.

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