UIA2021RIO

RIO2021RIO: a emocionante cerimônia de lançamento da “Carta escrita nas nuvens”

O Palco virtual Carta do Rio transmitiu nesta quinta-feira, 22 de julho, a leitura coletiva, por videoconferência,  e aprovação da “Carta do Rio – Todos os Mundos, um só mundo – Arquitetura-Cidade 21” pelo 27º Congresso Mundial de Arquitetos UIA 2021 RIO, evento que teve a participação de 80 mil pessoas de 180 países. A partir da carta, o UIA 2021 propôs um documento histórico que demarca os desafios da arquitetura e urbanismo na fase pós-pandemia da Covid-19.

 

A solenidade foi conduzida pelo Comissário-geral do UIA2021RIO, Igor de Vetyemy. O arquiteto, que também é co-presidente do IAB- RJ, destacou a peculiaridade de um congresso online, realizado sem barreiras geográficas ou limitações físicas. “Nós arquitetos nos apegamos às cartas e tratados. Esta é a nossa primeira carta escrita nas nuvens, cada um em sua cidade, em sua casa, e as nossas casas e cidades nunca mais serão as mesmas”, afirmou, em tom poético.

 

 

A cerimônia de encerramento foi prestigiada por representantes das  19 mais importantes organizações da Arquitetura e Urbanismo no Brasil e no mundo. A maioria dos pronunciamentos destacou a inovação do evento digital e prestou homenagem aos arquitetos Paulo Mendes da Rocha, membro do Comitê de Honra do 27º Congresso; e Jaime Lerner, um dos um dos grandes incentivadores do Rio de Janeiro como sede do UIA; ambos falecidos este ano.

 

Na abertura, o presidente do congresso Sérgio Magalhães fez um agradecimento às comissões, equipes técnicas, comitê de honra e todos os atores que possibilitaram a realização do congresso em um formato novo e digital em função da pandemia da covid-19. Fez menção especial ao CAU Brasil pelo apoio dado para viabilizar a realização do evento, bem como à FNA. Também destacou o trabalho do comitê científico, o apoio das organizações envolvidas ao longo dos últimos sete anos e falou sobre o papel histórico do evento e da Carta do Rio. “Esta carta é representativa dos debates que observamos ao longo desses meses. Ela é resultado de um intenso trabalho crítico, propositivo e político realizado pelo grupo que construiu a tese e ficará na história dos congressos”, afirmou.

 

 

Em sua manifestação, o presidente da Federação Panamericana de Associações de Arquitetos (FPAA) Geraldo Montaruli afirmou que a carta parte de uma realidade muito precisa e afirmou o compromisso da federação em divulgá-la e promover ações que gerem mais qualidade de vida nos nossos territórios, como propõe o documento. “É uma plataforma que pode nos ajudar com os desequilíbrios sociais. Estamos muito bem representados e isso nos enche de orgulho”, afirmou.

 

 

Para o presidente do Conselho Internacional dos Arquitetos de Língua Portuguesa (CIALP), Rui Leão, a Carta do Rio é um instrumento para se pensar “a arquitetura, o território e o ornamento de forma mais eficiente”. Rui Leão se declarou emocionado com a realização de um congresso mundial que teve a língua portuguesa como idioma oficial e destacou a perenidade que os debates assumem a partir do formato digital. “Conseguimos finalmente o que sempre sonhamos: que o congresso mundial ficasse vivo até o próximo. Estamos todos unidos e com uma capacidade de diálogo muito melhor, não só pelo formato do congresso mas por que conseguimos ultrapassar as fronteiras do espaço e do tempo. O mundo dos arquitetos aprendeu agora que é possível sonharmos todos juntos”, disse.

 

 

A presidente do CAU Brasil Nádia Somekh classificou como visionário o título do congresso – Todos os mundos, um só mundo. Ela destacou três principais legados do UIA 2021RIO: a oportunidade de sensibilizar a população brasileira para a relevância da arquitetura e dos arquitetos a partir da realização do congresso no Brasil; a inovação, que é atributo da função do arquiteto; e a formação de redes.“Estamos marcando época. O nosso debate continua. Vamos todos juntos transformar esse mundo num lugar melhor para as pessoas”, disse Nádia Somekh, convidando os arquitetos e urbanistas a assumirem a solidariedade e empatia como ferramentas para uma arquitetura transformadora.

 

 

 

O congresso trouxe à tona muitos desafios, na opinião do presidente do CAU/RJ, Pablo César Bennetti, a exemplo da diversidade social (credos, gêneros, etnias, orientação sexual) que precisa ser levada em conta na transformação das cidades. “O congresso trouxe problemas mas também soluções e inúmeros exemplos de como superar o desafio. Que ele continue vivendo em todos nós”, disse o Pablo César Bennetti.

 

 

A presidente da Federação Nacional de Arquitetos (FNA), Eleonora Lisboa Mascia, agradeceu a oportunidade de contribuir com os debates do congresso. “Tivemos oportunidade de pautar temas centrais para os desafios deste mundo em transformação”, afirmou.

 

 

Para a presidente da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA), Ana Maria Reis Goes Monteiro, a Carta do Rio deve influenciar o processo de ensino e formação dos próximos anos. “O novo cenário provoca os arquitetos e urbanistas a agirem como articuladores sociais e interlocutores dos atores urbanos. Mudar a atuação na cidade implica em outro processo formativo que considere o envolvimento com comunidades carentes, a transferência de conhecimento popular técnico e científico. Precisamos de recursos e também de profissionais habilitados para enfrentar estes desafios”, apontou.

 

A vice-presidente da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (ASBEA) Sônia Lopes destacou a convergência entre temas discutidos no congresso e o universo de interesse da ASBEA, como a valorização da arquitetura e a vitalidade econômica do setor. “O tema do congresso nos chama a uma atitude proativa em relação à sustentabilidade em todos os aspectos e isso deve integrar a pauta de todas as instituições. Só teremos sucesso com a participação de todos”, concluiu.

 

“Nossa ocupação sobre o território deixa marcas cicatrizes e valores. Por isso, a paisagem é política”, disse Luciana Schenk,  presidente da ABAP (Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas).  Considerando este contexto, a arquiteta destacou que os arquitetos e urbanistas tem o desafio de transformar a realidade e participar da conquista da igualdade social através da sua capacidade de planejar e desenhar.

 

A Federação Nacional dos Estudantes (FENEA) foi representada pelo diretor da regional nordeste, Luccas Brito. Ele salientou a oportunidade que o evento trouxe para os debates necessários à construção de políticas “para o povo e pelo povo” e sugeriu que a Carta do Rio contemple perspectivas como a função social do ensino e da pesquisa, os desafios da estagnação do currículo e a defesa do território dos povos originários, entre outros.

 

O congresso apresentou uma visão “inclusiva, comunitária, humana e descolonizada” da arquitetura, na opinião do presidente do Colegiado de Entidades de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CEAU RJ), Carlos Eduardo Ferreira. “Apresentamos experiências de todos os cantos do mundo, com pensamentos, imagens e realizações impressionantes. Sempre clamamos que este congresso fosse tanto mundial quanto local”, considerou.

 

O presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo (ANPARQ), Ricardo Trevisan, manifestou apoio incondicional à Carta do Rio. Na opinião do arquiteto, cada um dos eixos da carta e do evento conclama para ações coletivas e reafirma a preservação da paisagem, enfatizando as questões sociais para reconfigurar os espaços do cotidiano.

 

Representando a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (ANPUR), Fernanda Sanches agradeceu a possibilidade de contribuir com o documento. “A carta agrega um conjunto de possíveis ações concretas e políticas públicas para o habitat a partir de ações de base comunitária”, observou.

 

O evento também contou com a participação do presidente da organização internacional DOCOMOMO Brasil, Renato Gama-Rosa. Pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, Gama-Rosa destacou os aspectos da saúde e da cultura associados à função do profissional da arquitetura e urbanismo.  “Se tem uma coisa que a gente aprendeu com o congresso é que arquitetos também são profissionais de saúde. Saúde não é só ausência de doença, mas bem estar e envolve a questão cultural, que vem sendo tão atacada neste momento”, frisou.

 

A Fiocruz também foi representada pelo arquiteto Jerônimo de Moraes Neto, que atua no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos). Em nome da presidente Nísia Trindade, ele homenageou todos os arquitetos que atuam na linha de frente do combate à pandemia na construção de hospitais de campanha, laboratórios, fábricas de vacina e outras demandas necessárias à proteção da sociedade. “Esta tragédia que se abateu sobre todos nós fez emergir a arquitetura para a saúde. O tema da arquitetura se tornou relevante para refletir sobre a necessidade de se construir territórios sustentáveis e saudáveis”, assinalou.

 

A fundação contribuiu com a comissão científica do UIA RIO2021 através de um Grupo de Trabalho que contou também com a participação da Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar. A presidente da ABDEH, Elisabeth Hirth, também prestigiou o encerramento do evento. Para ela, o UIA2021 representa um marco para a arquitetura do Brasil. “Seguiremos mais fortes na promoção de edifícios mais saudáveis e sustentáveis”, disse, em seu pronunciamento.

 

Por último, a presidente do Instituto Nacional de Arquitetos (IAB), entidade promotora do UIA 2021 RIO, Maria Elisa Baptista usou a palavra. Ela agradeceu a contribuição das entidades, profissionais e colaboradores que superaram todas as dificuldades de um cenário incerto e de grande tristeza para realizar o que classificou como um congresso amplo e, ao mesmo tempo, incisivo.

 

A presidente assinalou que a realidade desigual exacerbada pela pandemia exige “respostas generosas e eficazes” e chamou a atenção para a responsabilidade dos profissionais. “Nossa realidade nos chama continuamente para o trabalho onde é mais preciso: nas comunidades mais pobres, nos lugares menos atendidos, com as pessoas mais vulneráveis. Temos, como profissionais, lugar essencial no trabalho de reerguer o Brasil”, disse.

 

 

Ao mesmo tempo, afirmou, é preciso um esforço para desmontar “o sistema absurdamente injusto, baseado na propriedade privada, no lucro sem limites e no domínio do capital improdutivo. Nossa atuação deve buscar sempre configurar lugares em que o pleno exercício da liberdade e da democracia possa se dar” disse a presidente, destacando ainda o papel das entidades de classe neste desafio. “A arquitetura e o urbanismo no mundo só poderão ser melhores quando todas as entidades, nacionais e internacionais, se posicionarem alinhadas e unidas pelo bem comum, resistindo aos retrocessos que hoje vivemos”, afirmou.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MAIS SOBRE: UIA2021RIO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE

UIA2021RIO

Comitê do UIA2021RIO encerra atividade. Inscritos cancelados serão reembolsados

ARQUITETURA SOCIAL

UIA2021RIO: CAU Brasil divulga Arquitetura Brasileira para estados e municípios

CIALP

União Internacional de Arquitetos adota português como língua oficial

EVENTOS

Com 88.000 participantes, UIA2021RIO foi o maior evento de Arquitetura da história

Pular para o conteúdo