EVENTOS

Seminário ATHIS: Futuro do Ministério das Cidades e da assistência técnica preocupa

Vice-presidente da FNA, Eleonora Mascia; e e viúva do deputado Zezéu Ribeiro, Lola Ribeiro.

 

 

Os impactos da provável extinção do Ministério das Cidades para a sociedade e para o futuro dos municípios brasileiros foram debatidos na manhã desta quinta-feira (22/11) durante o Seminário Nacional 10 anos da lei de Assistência Técnica e Habitação de Interesse Social (Athis), realizado em Brasília (DF). Segundo a vice-presidente da FNA, Eleonora Mascia, o temor é quanto ao rumo que tomarão as diversas ações que ainda estão em fase de projeto e cujas obras não tiveram início. O alerta foi referendado pela arquiteta e urbanista e viúva do deputado Zezéu Ribeiro, Lola Ribeiro. “A resistência não é fácil, mas é preciso contrapor com uma proposta que não pode ser esvaziada”, salientou.

 

Na ocasião, Lola reforçou a causa do arquiteto e urbanista que, em substituição ao colega Clóvis Ilgenfritz, trabalhou pela aprovação da Lei de Assistência Técnica da Habitação de Interesse Social, há 10 anos. Ela aproveitou a oportunidade para ler texto escrito pelo próprio Zezéu, em 2009, sobre o déficit de habitação urbana na época da ditadura e como, com a retomada da democracia, novas conquistas foram alcançadas. No entanto, citou ela, apesar de ter previsão na Constituição da temática da moradia de interesse social, a PEC 285, que trata da composição de fundo para viabilizar desse processo, segue parada desde 2009. Lola ainda reforçou a importância de os municípios assumirem maior protagonismo na aplicação da Lei de Assistência Técnica para que a população de baixa renda tenha real acesso a moradias dignas. “O momento que a gente vive é desesperançoso. Estamos em um momento de perda de direitos. E queremos construir um fundo para ter recursos para viabilizar convênios com prefeituras para intervenção em todo o estado brasileiro”.

 

Apesar das dificuldades, Eleonora mostrou-se otimista ao reportar a presença de muitos estudantes vindos das periferias que chegaram às universidades preocupados com as causas das comunidades. E alertou que a possível fusão entre o Ministério das Cidades e o Ministério da Integração Nacional remete a um passado perigoso e cheio de simbolismos que transcendem a questão da moradia. “Teremos, nos próximos dias, o Encontro Nacional de Sindicatos de Arquitetos e Urbanistas (ENSA) em Brasília, o que é muito emblemático neste momento”.

 

O evento foi aberto pelo presidente da FNA, Cicero Alvarez, e pelo presidente do Arquitetos DF, Danilo Matoso, reforçando a importância do momento para debater o futuro das cidades e do Brasil. “É junto com os movimentos sociais de luta pela moradia e de trabalhadores organizados e mobilizados que vamos conseguir fazer a resistência”, pontuou Matoso.

O presidente da federação alertou que o movimento dos arquitetos e urbanistas por cidades mais inclusivas e pelo estado democrático de direito precisa de estratégia. “Se batermos de frente, a chance de se conseguir algo é remota. Precisamos de estratégia. Precisamos de comunicação com os colegas e com a sociedade”, frisou. E alertou: “estamos perdendo a batalha simbólica”. Visão essa que, segundo ele, vale para a política, mas também para aplicação da própria Athis no país.

 

Durante o seminário, também foi apresentado o projeto de fomento à Lei de Assistência Técnica adotada pelo CAU em Santa Catarina. Ao lado da equipe da AH! Arquitetura Humana, a presidente do CAU/SC, Daniela Sarmento, explicou como foi pensado o trabalho de forma a levar informação aos municípios, inclusive com orientação para os planos de habitação dos municípios. Uma das peças importantes do projeto é a cartilha criada para difundir a cultura de habitação de interesse social tanto para arquitetos quanto para agentes público e para a sociedade. O projeto foi vencedor do Prêmio Arquiteto e Urbanista do Ano 2018 – Setor Público, mérito concedido pela FNA e que será entregue nesta sexta-feira (23/11).

 

Ao lado das colegas Karla Moroso e Paola Maia, a arquiteta e urbanista Taiane Beduschi explicou sobre o conceito do projeto da AH! Arquitetura Humana e lembrou que a Assistência Técnica é um nicho importante de mercado aos profissionais e que deve ser viabilizada à população de baixa renda pelo poder público mas com previsão de remuneração digna aos profissionais. Karla ressaltou que falta informação à sociedade sobre a atuação dos arquitetos e suas potencialidades. “Nosso compromisso público é promover a justiça social nas cidades. Isso é uma necessidade gritante das cidades brasileiras e precisamos entender isso como profissionais”, disse Karla. Paola detalhou os projetos realizados pelo escritório gaúcho junto a movimentos populares em Porto Alegre e Pelotas.

 

Evento foi aberto pelo presidente da FNA, Cícero Alvarez, e pelo presidente do Sindarq DF, Danilo Matoso

 

Fonte: Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA)

 

6 respostas

  1. Seminário com cartazes de “Fora Bolsonaro” e “Lula Livre”, sem dúvida com esse tipo de material exposto perde todo o respeito e o apoio que busca, é uma vergonha.

  2. bueno…estou vendo paineis, de fora bolsonaro e lula livre?????????? é serio isto…
    que especie de evento é esse?????
    que patrulhamento ….?????????

    se querem algo sério e decente, iniciem retirando das paredes, papeluchos desse tipo… ou façam eventos em outro lugar…MENOS ESQUERDOPATA….

    “””(22/11) durante o Seminário Nacional 10 anos da lei de Assistência Técnica e Habitação de Interesse Social (Athis), realizado em Brasília (DF)…””

    caso nao seja publicado meu post, já tirei uma print…

  3. Esse ministério, se sobreviver as novas mares, deveria ser liderado por um arquiteto e urbanista de renome… não vejo outro profissional mais indicado por formação e experiência técnica, conforme o gosto do novo-velho patrono da Casa Brasil…

  4. É patético o CAU/SC e o FNA se autopromovendo às custas do dinheiro dos arquitetos. A arquitetura só pode ser humana, a não ser que seja feita por comunistas de caviar com essa conversa mole que não convence mais ninguém.
    Vai trabalhar cambada de inúteis. Essa mamata vai acabar…

  5. O CAU SC e seus comparsas comunistas do FNA que se autopromovem às custas do dinheiro dos arquitetos só dizem mentiras.

  6. É importante nos manifestarmos a favor da moradia digna – muito diferente da maioria da produção “minha casa minha vida” do governo Dilma. E é sim preciso nos manifestarmos a favor do Estado de Direito e da Constituição.
    E, para isso, é necessário também condenar movimentos violentos como o MTST, travestidos de movimentos sociais, e respeitar as decisões da Justiça brasileira e o resultado das urnas.
    Posições essas que me parecem desrespeitadas pelos próprios cartazes que se vislumbram na louza atrás dos palestrantes na foto do site, com os dizeres: “Fora Bolsonaro” e “Liberdade para Lula”.
    Não sou eleitor do Bolsonaro nem do Lula, mas Bolsonaro foi eleito e ainda não iniciou seu mandato; não cabe pedir que ele “saia”! E Lula foi condenado e já iniciou sua pena, mas não a cumpriu por completo; assim, não cabe pedir que sua liberdade!
    Se queremos um estado laico, queremos também uma FNA, um CAU, um CREA que não permitam que a ideologia suplante a Lei e a Constituição.
    Por favor, se publicarem meu comentário, peço que o façam na íntegra, ou não o façam.

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