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Seminário exige respeito, recursos e ações concretas em defesa do Patrimônio Cultural

 

“Patrimônio Cultural Brasileiro exige respeito!” – esse foi o slogan que os participantes do “Seminário Internacional de Gestão Inovadora de Bairros Históricos” escolheram para sintetizar as conclusões do evento, um conjunto de dez recomendações em defesa da preservação da memória material e imaterial do país.

 

O seminário, realizado nos dias 10 e 11 de setembro, foi promovido pela Comissão de Relações Internacionais do CAU/BR, em co-realização com o CAU/SP e o curso de pós-graduação de Arquitetura e Urbanismo da FAU da Universidade Mackenzie, como apoio da CAPES.

 

 

Os dez encaminhamentos sugeridos são esses:

 

1 –  Criação da Rede Brasil Patrimônio, organização a ser formada por entidades da sociedade civil em defesa do patrimônio.

 

2- O primeiro ato da Rede deverá ser um “abraço” ao Museu Nacional, convocado para o dia 30 de setembro. A data, uma semana antes das eleições, foi escolhida estrategicamente para chamar a atenção da sociedade, para que o Patrimônio ganhe mais espaço nas discussões de temas relevantes para população brasileira.

 

3- Criação de Assistência Técnica do Patrimônio (proposta a ser desenvolvida pelo CAU/SP), unindo as questões sociais e cultural;

 

4- Criação de um portal na Internet reunindo boas práticas de preservação da memória material e imaterial, objetivando a constituição de um modelo de gestão do Patrimônio com inclusão social;

 

5- Realização de Conferência Nacional de Patrimônio Cultural (proposta a ser desenvolvida pelo CAU/BR);

 

6- Criação de Frente Parlamentar para o Patrimônio Cultural;

 

7- Capacitação continuada de mão- de- obra especializada em projetos de restauro;

 

8- Debate sobre aprimoramento e utilização da transferência do potencial construtivo nas cidades brasileiras, englobando os bens tombados;

 

9- Criação de Conselhos de Defesa do Patrimônio nas cidades brasileiras (proposta para CAU/BR elaborar projeto-de-lei);

 

10- Propor a criação de loteria especial para o financiamento de habitação social e Patrimônio Cultural

 

Museu Nacional

 

Outra recomendação, específica para o Bixiga, região que concentra 1/3 dos imóveis tombados de São Paulo, foi a criação de uma aliança reunindo todos os movimentos que lutam pela recuperação e preservação sustentável do lugar. A proposta inclui o estudo de viabilização de um fundo especifico a ser investido bairro com decisões democraticamente tomadas por sua população.

 

O balanço do seminário foi apresentado no final do encontro pela idealizadora do evento, arquiteta e urbanista Nadia Somekh, conselheira federal do CAU/BR por São Paulo e professora de pós-graduação da FAU/Mackenzie. Ela coordenará o projeto piloto da Fábrica de Restauro a ser criada pelo Mackenzie, tendo como objeto o Museu Memória do Bixiga, fundado há 37 anos por iniciativa de um morador amante do bairro, Armando Puglisi, mantido até agora sem qualquer recurso público.

 

 

A conselheira lembrou que a Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) em 2017 premiou o Bixiga pela sua resistência urbana. “Apesar de rasgado por grandes avenidas, o bairro se manteve por muito tempo protegido da gentrificação, e muito disso se deve por ter sido ocupado pela população mais pobre. Para que essa proteção se estenda é que são importantes os projetos urbanos inclusivos para bairros históricos”.

 

 Durante o seminário, foram apresentadas outras iniciativas que, segundo a conselheira, merecem ser igualmente apoio da sociedade. Uma delas são os inventários com produção de economia criativa, como o Departamento do Patrimônio Histórico da Prefeitura está fazendo em São Paulo, com novas iniciativas e startups.

 

“Importante também registrarmos a ideia das trilhas culturais em Perus, e para isso é interessante trabalharmos com a experiência de Chicago, onde um instituto de arquitetos locais promove roteiros que mostram a arquitetura e a história da cidade”, disse a conselheira.

 

Além de palestras, o seminário contou também com cinco oficinas que desdobraram os temas apresentados e colaboraram na formulação das recomendações.

 

Veja também:  Tragédia do Museu Nacional marca Seminário do Patrimônio

 

 

Uma resposta

  1. Prezada Dra Nadia, parabéns pelo evento, os itens apresentados na busca de soluções no bem cuidar de patrimônios, sem dúvida poderão ajudar.
    Tenho sentido também, na precária educação social vigente em nosso país, sem dúvida bastante frágil, que o conhecimento e respeito por valores culturais e bens patrimoniais, repito em todas as classes sociais e inclusive em nível universitário, são precários pela grande dificuldade de reunirmos ainda alguma uniformidade como nação!
    Sem dúvida precisamos renovar em nossos conceitos: do que se trata hoje este tema?
    Por favor, pense nisso, os próprios técnicos que participam dessa tecnologia e com responsabilidade final indicativa de tombamentos, não estão atualizados com a triste cultura da nossa sociedade, da dificuldade financeira pública e mais ainda a privada hoje vigente na sociedade e me permito repetir: em todas as classes sociais hoje tão dividida e fracionada mereceriam o pensar s respeito de como mostrar que museus, monumentos, obras arquitetônicas e da engenharia, de escultores e de pintores todos têm valor e algo a nos contar do bem e não esquecer tambem do mau

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